Assistimos a uma das maiores pandemias que o planeta terra já vivenciou. De uma ponta à outra, atravessa continentes, invade países e instala-se nas comunidades. É o coronavírus, a ameaça global. São os profissionais de saúde que estão na linha da frente no combate ao covid-19. Todos dias, 24 horas sob 24 horas, lutam de forma incansável com esforço, dedicação e profissionalismo. Mas há consequências. Para além do desgaste físico e emocional, vêm as suas rotinas de Beleza e higiene alteradas. Das marcas da máscara aos cortes de cabelo, queremos perceber como é que os enfermeiros estão a lidar com todas estas mudanças. São quatro histórias, quatro experiências de vida.
Andreia Sousa, Enfermeira no Serviço de Urgências, Lisboa
A conviver todos os dias com o coronavírus, Andreia Sousa afirma ver-se “despersonalizada”. O uso da máscara, bata, luvas, viseira e de mais umas quantas proteções impedem-na de usar brincos, relógio e fios. As unhas têm que se manter curtas e ao natural. “Podem parecer coisas fúteis, mas que acabam por interferir com a nossa imagem”, revela. Os banhos passaram a ser uma constante, por vezes quatro vezes ao dia, acabando por danificar a saúde do cabelo e da pele. “A adaptação acaba por ser uma obrigação. Neste momento, tornou-se numa rotina.”
Hugo Cruz, Enfermeiro no serviço de Hematologia Oncológica, Londres
De Portugal para Londres. Por semana, Hugo Cruz trabalha três ou quatro turnos de 12 horas cada. Devido à acelerada propagação do coronavírus, deixou de trabalhar na Hematologia Oncológica para poder receber doentes suspeitos de covid-19. As rotinas de Beleza e os cuidados com a imagem também foram alterados. “Passei a dar uma maior atenção à barba. Faço-a com mais frequência, pois tem que estar sempre curta”, diz. Mas há mais. O uso frequente de máscara de proteção, pelo facto de estar em contacto com a pele, deixa-a mais irritada. É aqui que o uso de cremes regeneradores e hidratantes são obrigatórios.
Juliana Catarino, Enfermeira no Serviço de Cuidados Continuados, Coimbra
A par das mudanças no quotidiano profissional de Juliana Catarino, também as rotinas de Beleza foram mudadas. Os cuidados com a pele aumentaram. “A utilização da máscara estava a causar-me uma grande crise de acne, pelo que passei a fazer limpezas de rosto com produtos mais diferenciados, como por exemplo, a Foreo”, afirma. Quando há um contacto mais próximo com um utente com o vírus, Juliana Catarino não usa nem rímel, nem base, nem batom. “Não utilizo maquilhagem porque as mudanças de máscara e equipamento são muito frequentes e transpira-se imenso.”
Luís Ramos, Enfermeiro no Serviço de Urgências, Lisboa
Habituado a ter o cabelo com um corte médio, Luís Ramos viu-se obrigado a cortá-lo por questões higiénicas e sanitárias. A barba também não foi deixada de parte. “Tinha por hábito apará-la com a máquina, mas para que a máscara adira melhor à cara tenho que fazer a barba com uma lâmina”, afirma. Se a desinfeção das mãos já era uma habitué, agora passou a ser 24/7, o que leva ao uso redobrado de hidratação.
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