Franja: sim ou não? Para mim a resposta é só uma: mil vezes sim. Ora mais curta, ora mais comprida, a franja é uma extensão da minha personalidade e uma excelente forma de disfarçar os meus três palmos de testa, como também de arredondar a minha estrutura facial. Fazendo as contas, já a uso há mais de 10 anos. É uma relação de amor, por vezes mais forte do que algumas que vemos por aí.

A verdade é que quase sempre me lembro de usar franja. O meu primeiro corte de cabelo foi aos 3 anos. Se tinha franja? Sim, tinha. Aquela temível franja com penteado à tigela que todos já tivemos em algum momento da nossa trajetória de vida. Mais tarde, livrei-me dela. De relações cortadas, quase que dei por garantido que nunca mais voltaria a tê-la até que, certo dia, decidi fazer franja de lado. Mesmo na altura em que bateu a febre das franjas laterais num mix com madeixas loiras. Os anos passaram-se e, por volta de 2012, a típica franja reta assumiu-se como o corte a adaptar. No meio de tudo isto, já a usei em jeito de apanhado com um pequeno gancho e também já fiz umas quantas tentativas (falhadas) em deixá-la mais aberta, no género shaggy.

Agora, vocês perguntam: "E quando cresce?" Bem, quando cresce, pego na tesoura e não tenho qualquer receio em cortar as pontas. Apesar de ser um às à esquerda em ofícios manuais, quando o assunto é cabelo, não penso duas vezes e vou em frente. Até já cheguei a fazer um corte bob em casa, mas esta é outra história. Uma que não aconselho a ser lida.

Ter franja não é tarefa fácil. Nem todos os cabelos estão preparados para ter esta conversa, como os encaracolados ou os extra volumosos, que exigem uma maior atenção na escolha dos produtos de styling, como também do secador e da escova de enrolar. A minha franja tem vida própria. E que vida! O vento é o seu pior inimigo e, por vezes, teima em não ir ao sítio. No entanto, posso admitir que ela é bastante domável. Todos os dias, tendo ou não lavado o cabelo, nunca saio de casa sem a secar, nem que seja para ir dar um simples passeio à rua. Mesmo estando naqueles dias mais caseiros, não deixo de a secar para que ela não ganhe jeitos manhosos.

A vida ensinou-nos a não fazer planos a longo prazo. Olá, coronavírus. Mas de uma coisa eu tenho a certeza: já não consigo viver sem franja. Se nos encontramos em 2030 ou em 2050, ela vai lá estar. Mais curta ou mais comprida, rebelde ou disciplinada, à frente ou de lado, a franja vai ser sempre uma parte de mim. Forever and Always. 

Com vontade de fazer franja? A inspiração está nesta galeria: