Desde o início do confinamento, sinto-me um gato que procura um rasgo de sol num soalho quente para descansar o próprio peso da existência. Curiosamente, nunca gostei de sol e sempre tive medo de gatos, o que torna esta situação uma enorme perversão do destino. Por ter alergia a ambos, nunca estive tão grata por ter um “lugar ao sol” e por este se ter tornado um estilo de vida. É por isso que, mais do que nunca, quero trazer a paz e o brilho para dentro de minha casa e para dentro da minha pele.
Longe destas novas “graças”, atribuo à minha vida de vampiro o bom “estado” da minha pele, sendo que sempre fiz de tudo para não me cruzar com o seu maior inimigo: a radiação solar. Mesmo quando me encontro com o sol, apenas por trás de uma janela, não dispenso o uso diário de protetor solar e não tenho dispensado, claro, manter a minha pele feliz.
O período de confinamento trouxe um poder terapêutico à rotina de cuidados de pele e à maquilhagem: cada passo e cada produto é aplicado com intenção, e não há maior propósito do que a felicidade. A felicidade da minha pele tem sido a felicidade da minha alma, e é exatamente por isso que tenho dedicado todo este tempo “a mais”, que o isolamento me ofereceu, para me disciplinar em me manter feliz.
E aí começou a minha missão de resgate! Tinha uma dúzia de produtos encostados numa prateleira, a aguardarem ser salvos de um longo período de negligência. Desse grupo de "miseráveis", há vários que, com a disciplina de uma nova crente, me têm ajudado a manter a pele saudável.
Pele: tratamento
O sérum Pure Hyaluronic da Pestle & Mortar tem uma textura leve e aquosa. Não contém fragrância (o que as peles sensíveis, como a minha, agradecem), e uma vez que contém ácido hialurónico em vários pesos moleculares e pantenol, ajuda a promover a hidratação da pele em profundidade e a combater o envelhecimento.
Tenho-o usado tanto de manhã como à noite, seguido de um bom hidratante para criar uma compacta e recheada sandwich de hidratação. Sinto a minha tez cada vez mais fofa, como um dumpling fresco saído do vapor.
Para a minha rotina de noite, juntei ao meu batalhão de produtos anti-aging o creme de retinol Redermic [R] da La Roche-Posay, que associa o retinol puro a um retinol de libertação prolongada, misturados num complexo especialmente desenvolvido para a pele sensível. Depois de três meses de uso, vejo óbvias melhorias na uniformização da tez e não poderia estar mais radiante.
Pele: preparação
Na minha maquilhagem, garanto-vos, em nada tem assentado pó. Esta altura tem-me permitido redescobrir antigos e novos favoritos.
A base Intensive Skin Serum da Bobbi Brown foi "amor ao primeiro uso" e continua a ser o meu segredo para uma pele glowy e dewy. É ideal para peles secas ou desidratadas, e para quem foge de todos os produtos mate.
Devo um enorme pedido de desculpas ao óleo Futuredew da Glossier: por meses, mantive-o numa prisão fria e escura, longe da ribalta que ele merece. Confesso que tive medo de o usar por pensar que o óleo iria “provocar” a minha pele, mas a fórmula única híbrida (entre óleo e sérum) é, na verdade, um produto ideal para a preparação da pele para quem gosta de se sentir o sol na terra, verdadeiramente cintilante.
Pele: cor e luz
Com a Primavera aí à espreita, apetece juntar um bocadinho de cor ao nosso dia-a-dia e, sejamos francos, a maquilhagem é sempre uma ótima desculpa para isso.
Em vez do aborrecido blush rosa velho, tenho escolhido cores mais vivas e frescas, como o blush Cloud paint no tom Dawn, da Glossier. Quem prontamente se assustou com tamanho laranja berrante, pode acalmar-se: este blush deixa uma cor muito discreta e molhada, como um beijo do sol.
Desde que a maquilhadora Keri Blair partilhou no Instagram a nova coleção dos Pro Longwear Paint Pots da MAC que estava desejosa de os experimentar. São, seguramente, a base de sombra perfeita para qualquer look effortless e podem, claro, ser usados sozinhos para um look mais simples. O tom Silver Screen é um prateado cremoso, que traz o brilho das estrelas para os nossos olhos. E porque não ter o brilho do dia e da noite na nossa pele?
Comentários