Há uma fronteira muito ténue entre estar cheio de confiança e não ter confiança nenhuma. Aquele momento em que me olho ao espelho é quando faço a escolha de ver um homem bonito, no ângulo que mais me favorece e na luz que me faz a pele luminosa. Também podia parar para observar aqueles inúmeros defeitos que estão lá evidentes, mas escolho fingir que não os vejo e seguir a minha vida de auto-estima plena. É só e apenas uma questão de escolhas.
Mas as escolhas não apagam esses defeitos e o que é excesso de confiança do meu lado também é desmazelo aos olhos dos outros.
Refiro-me aos pêlos que misteriosamente crescem nas orelhas, dentro dos ouvidos ou da pelugem que nasce nos ombros e nas omoplatas. Já estive demasiado tempo nesta “perturbação prolongada na linha” e tive de tomar uma atitude.
Este ano, resolvi apagar estas disfunções de maneira profissional. Nas orelhas, passei a fazer depilação a cera uma vez por mês, e já sinto os pêlos mais fracos quando crescem, parecem mais “invisíveis” e suaves do que antes. A minha esperança é que enfraqueçam cada vez mais até chegarem ao ponto dos pêlos das sobrancelhas acima do nariz, que comecei a tirar com pinça aos 16 anos e hoje mal crescem. Os pêlos dos ombros, estou na segunda de quatro sessões de depilação a laser, para me livrar deles para sempre. Faço figas para que assim seja.
Estas disfunções e avarias aceleram o misterioso crescimento de pêlos em lugares inóspitos, mas por outro lado também comprometem o desenho farfalhudo da moldura dos meus olhos. As minhas sobrancelhas, que eram tão fortes e expressivas, ficaram menos densas com o tempo. Nos próximos tempos, vou experimentar o Boy de Chanel Le Stylo Sourcils, uma caneta que me vai ajudar a preencher o que já falta. Tenho receio de perder a naturalidade, mas hoje em dia a maquilhagem consegue ser uma grande amiga sem se impor. Por isso, vou olhar-me ao espelho e fazer o meu trabalho para mais um dia pleno de confiança e umas sobrancelhas que me merecem. A circulação retomará a normalidade dentro de momentos.
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