Não é à toa que os mantras são – ou foram, muitos séculos atrás :) – construídos. Estas sequências de palavras criam em nós vibrações específicas, que despertam efeitos específicos. Como dizem as antigas escrituras, os mantras transcendem o som por si só; eles são vistos pelos olhos da alma, mais do que escutados pelos nossos ouvidos.

Cantar mantras faz-nos sair das nossas mentes e entrar nos nossos corações. São verdadeiras ferramentas que libertam a nossa mente de pensamentos, e permitem aos nossos corações expandir-se.

“Quando trabalhamos com mantras, somos absorvidos por sentimentos de paz, clareza, liberdade e amor.”
(‘Bhakti Bliss’)

Segundo a tradição Veda, a repetição diária de um mantra – por, pelo menos, 108 vezes – liberta poderes de cura espiritual especialmente fortes. A força do número 108 é amplamente reivindicada na tradição indiana, sendo um dos motivos o facto de 108 ser o número dos principais Nadis (canais de energia) que se originam nos nossos chakras principais.

Um exercício interessante é colocar as mãos, ou uma das nossas mãos, no nosso anahata, ou chakra do coração, enquanto nos concentramos nas vibrações que geramos ao cantar um determinado mantra, para sentirmos com mais intensidade essas vibrações.

Podemos cantar mantra sozinhos ou em grupo, neste caso chama-se Kirtan.

Para quem tiver o desejo de se iniciar sozinho, há alguns mantras muito simples que podem ser entoados. Deixo o desafio de repetires o mantra em baixo, e refletir sobre os efeitos, sensações e sentimentos que despertou em ti.

OM SHANTI OM SHANTI OM SHANTI OM
[EU SOU PAZ TU ÉS PAZ NÓS SOMOS PAZ]

OM ANANDA OM ANANDA OM ANANDA OM
[EU SOU AMOR TU ÉS AMOR NÓS SOMOS AMOR]

OM JYOTI OM JYOTI OM JYIOTI OM
[EU SOU LUZ TU ÉS LUZ NÓS SOMOS LUZ]

OM SHANTI OM SHANTI OM SHANTI OM 

O que sentiste enquanto cantavas? Conseguiste sentir as vibrações dentro de ti?

E como te sentiste após a entoação do mantra? Sentiste alguma mudança?

Sara Sá estudou Comunicação Social, mas especializou-se em Relações Públicas e trabalhou 15 anos como tal. A paixão pelo Yoga levou a melhor e, deixando o emprego e vendendo tudo o que tinha, abriu no Porto o MANNA, um espaço onde partilha, com quem por lá passa, a sua filosofia de vida.