Quantas vezes já deram por vocês num scroll infinito pelo Instagram, o vosso cérebro em papa, a vossa insegurança aos pulos, os monstrinhos dentro da vossa cabeça a comparar a vossa agenda com as fotografias editadas à perfeição de todos aqueles a quem um dia fizeram follow? Só não vos digo a minha contagem porque lhe perdi a conta. Mas sei que tão rápido quanto me apercebi deste efeito, decidi tomar uma medida de prevenção.

Assim, o ano passado terminou com uma resolução aparentemente simples: tornar a minha estadia nas redes sociais mais agradável. Já que não consigo diminuir o tempo por que lá passo, ao menos que sirva para me ajudar nos momentos em que estou a hiperventilar. E não é que resulta?

Olho para o Instagram como um espaço de conversação e reflexão. É um universo não assim tão paralelo criado através de histórias - e mesmo que nos esqueçamos de vez em quando, por detrás do telemóvel que temos pousado nas mãos estão seres humanos carregadinhos de alegrias, tristezas, dúvidas existenciais e egos como qual um de nós. E ansiedade. Muita e muita ansiedade. Às vezes só precisamos de perceber que não estamos sozinhos para nos sentirmos melhor.

@elephantjournal

O mundo precisa de honestidade ASAP e o Elephant Journal está aqui para isso. Um guia para o que chamam "mindful life", junta pessoas de todo o mundo dispostas a partilhar o que sentem sobre o que há de melhor no mundo e em cada um de nós. Relações, espiritualidade, sustentabilidade, yoga e self-care são os pilares desta comunidade que, de mãos dadas, nos faz acreditar que, no meio de todas as diferenças, somos todos muito iguais.

@obviousagency

A Obvious é uma plataforma de produção de conteúdo com narrativas femininas, mas dito assim até parece pouco. A Obvious é tudo o que há de certo no Instagram, desde a estética da página até aos conteúdos. Criaram o movimento #segundasemansiedade, onde partilham dicas de saúde mental para ajudar no dia-a-dia, mas basicamente qualquer post que partilham me dá sempre vontade de fazer like (e me inspira com qualquer coisinha).

@sadgirlsclub

O nome é triste, porque às vezes os dias são tristes e mais vale começarmos a assumi-lo de uma vez por todas. O Sad Girls Club é uma plataforma virtual e real, criada para juntar mulheres com doenças mentais. É um porto seguro onde não entram estigmas sociais, com uma forte componente ativista e onde cada publicação é um ponto de partida para o auto-conhecimento.

@clara.nao

É ilustradora, escritora, artista, vive no Porto mas não há limitações geográficas quando a linguagem que se fala é universal. Clara faz-nos sentir menos esquisitas, menos comichosas e muito menos neuróticas com os macaquinhos na cabeça que achamos que são só nossos mas afinal vai-se a ver e são de todos. Pelo meio ensina-nos a dizer que não, que dá sempre jeito, e abre um diálogo mesmo fixe em cada uma das suas caixas de comentários.

@nedratawwab

É terapeuta, mas eu gosto de lhe chamar guru. A Nedra (posso tratar por Nedra?) é a minha conselheira quase diária mesmo sem saber, porque descomplica a psicologia de uma forma que nos é realmente útil. Ela dá-nos a papinha toda feita - gráficos, tabelas, listas - e deixa-nos com a informação toda no colo para que depois seja 'só' trabalharmos em nós mesmas.

@subliming.jpg

O trabalho de Tessa Forrest dirige-se aos "emocionalmente confusos" e talvez seja tão #relatable porque nasceu de uma depressão sua (e de frases que circulam pelo mundo todo). É para imprimir e colar pela casa.

@ondejazzmeucoracao

A poesia de Ryane Leão. <3

@brunafrog

Um exemplo para fazer follow já: "por muitas vezes a nossa insegurança faz com que criemos o pior cenário possível para as coisas na nossa cabeça. por muitas vezes, inclusive, isso acontece porque achamos que estamos nos “preparando” ou “protegendo” do pior. mas a verdade é que nunca saberemos o que pode acontecer. nunca vamos acertar o pior cenário possível. esse tipo de pensamento só desgasta e causa mais ansiedade. quanto mais pensamentos otimistas, mais chances de termos energia pra fazer o melhor cenário acontecer. e caso um cenário ruim aconteça, estaremos prontos pra lidar com ele, mesmo sem pensá-lo antes por 900 vezes na nossa cabeça. isso só faria com que sofrêssemos mais 900 vezes."