Onde antes se aparavam barbas e se trocavam ideias entre espelhos e azulejos, hoje brilham colares de filigrana e brincos dourados com alma portuguesa. A Portugal Jewels acaba de inaugurar a sua primeira loja própria em Lisboa – e fê-lo com pompa, memória e muito azul, no número 1 do Largo do Chiado, no espaço que em tempos acolheu a icónica Barbearia Campos.
Com mais de 140 anos de história, a antiga barbearia foi cenário de conversas e cortes de cabelo de figuras como Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão ou Almada Negreiros. Encerrada desde o final de 2023, o espaço do século XVIII foi cuidadosamente transformado numa boutique dedicada à joalharia portuguesa, com especial atenção à arte ancestral da filigrana.
“Com a barbearia há muito encerrada, a ideia foi transformá-la numa boutique dedicada à joalharia e ourivesaria portuguesa”, explica Alexandre Gomes, um dos fundadores da marca. “A abordagem de design seguiu uma transformação respeitosa, procurando não substituir o passado histórico do espaço, mas sim trabalhá-lo com contraste ponderados e contemporâneos”, acrescenta.
A herança da Barbearia Campos está presente não só nos elementos decorativos, como duas das cadeiras de barbeiro, agora convertidas em assentos para quem experimenta jóias, mas também na atmosfera. Nas vitrinas, o brilho vem em formas variadas: brincos, colares, anéis e pulseiras que homenageiam técnicas ancestrais como a filigrana e o crivo, lado a lado com peças de linhas mais depuradas, sempre com a alma portuguesa bem presente.
Fundada em Gondomar em 1955, a Portugal Jewels tem vindo a afirmar-se dentro e fora de portas. Com presença em mercados como os EUA, Canadá, Europa e Macau, a chegada à capital marca um passo estratégico: um espaço físico onde a marca pode oferecer uma experiência de compra mais sensorial, próxima e enraizada na tradição portuguesa.
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