Existem viagens e viagens e esta foi uma daquelas que guardamos num cantinho especial na nossa memória. Voei até ao Mónaco, berço da Eisenberg, para conhecer mais sobre a marca de cosmética e perfumaria e adianto que foi muito além do que conhecer melhor seus produtos. Foi uma verdadeira viagem pela história da marca, pelos seus valores, pela sua visão e, acima de tudo, comprovar isso mesmo, não apenas pela forma como interagem entre si, mas como recebem e interagem com os seus convidados.

A mensagem foi passada com clareza: Eisenberg é bem mais do que uma marca de cuidados de rosto, corpo ou fragrâncias fundada em 2000. É emoção, tradição e, acima de tudo, unicidade. Na conversa com Edmond Eisenberg, filho do fundador Jose Eisenberg e CEO da marca, percebemos que não se trata de arrogância, mas de uma vontade muito grande de respeitar o legado, sempre com olhos no futuro. Leia a entrevista abaixo.

O que faz da Eisenberg uma marca especial e única no mundo da Beleza?

Tudo numa marca é sobre comunicação e os produtos são vetores. Os nossos produtos são vetores de emoção. Quando o assunto são cuidados de pele, para além do resultado visível, é como as pessoas se sentem a usar Eisenberg, se sentem felizes, se se sentem confiantes. E isso é igualmente importante, senão, ainda mais importante.

Acredito que somos humildes, queremos verdadeiramente ouvir as pessoas, antecipar as suas necessidades ou o que acreditamos ser e fornecer respostas a tantas necessidades quanto possível. Respeitamos o facto de que todos são diferentes. Todos temos necessidades diferentes, tipos de pele diferentes, gostos diferentes. É importante respeitar e celebrar isso. Não basta dizer que somos inclusivos como estratégia de marketing, não é algo que se coloque numa embalagem ou numa publicação nas redes sociais. Tem de ser algo em que acredita verdadeiramente e que está no coração dos nossos produtos. Tentamos sempre construir a confiança com os nossos clientes e mantê-la, porque ter confiança é fundamental na vida e ser humano.

Penso que o que nos torna especiais é o fato de que nos comportamos dentro da marca como se fossemos todos uma família. E todos os que acolhemos tornam-se, por extensão, parte da nossa grande família.

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A indústria de Beleza está a crescer e a transformar-se a um ritmo acelerado. Todos os dias surgem novas marcas, produtos e tendências e, com isso, muda também a forma de as consumir. Como é que encontram o equilíbrio perfeito entre preservar a identidade da marca e, ao mesmo tempo, responder às necessidades dos consumidores?

Enfrentamos tempos caóticos. A todos os níveis: político, social e até mesmo, racial ou sexual. E quando falo de caos, vai para além da mudança. As pessoas estão perdidas e, no fim do dia, os seres humanos precisam de pontos de ancoragem nas suas vidas, algo a que se agarrarem. Para nós, é importante abraçar o passado. Quando digo passado, refiro-me à tradição, aos valores, ao ADN, à filosofia que o meu pai incutiu na nossa marca, abraçando o futuro, ao mesmo tempo que ignoramos o caos à nossa volta.

Atenção, olhar para o futuro é importante. Há pouco falei sobre confiança e não se pode criar confiança com o consumidor, se a cada seis meses estamos a seguir uma nova tendência. Sinto que é uma verdadeira falta de respeito para com os consumidores. E mesmo que sejamos menos trendy, trata-se de encontrar o equilíbrio certo entre tradição e futuro, reconhecendo o facto de que o mundo está a mudar, mas aproveitando o melhor do futuro. Seja em termos de inovação, criatividade ou diálogo com os consumidores, mas nunca ser uma vítima deste caos. É um equilíbrio muito delicado, mas criar produtos em que realmente acreditamos está sempre em primeiro lugar.

A arte assume também tem um papel importante no ADN da Eisenberg. Como é que a Beleza, arte e tecnologia trabalham em conjunto na criação de um novo produto?

É simples. Tudo tem de fazer sentido ao fim do dia. Queres uma resposta detalhada? Quando vemos a previsão do tempo e prevê-se 25°C, a temperatura calculada matematicamente, e depois, existe a sensação térmica que pode ser de 35°C. A eficácia de um produto é uma coisa, a "eficácia" sentida e emocional, é outra e é muito importante para nós. Nós queremos ser agentes de bem-estar na vida das pessoas.

E é por isso que a tecnologia é fundamental, porque é com ela que criamos os produtos. Até mesmo os perfumes, que é um produto mais emocional, pois o cheiro é um grande vetor de emoções e pode trazer-nos muitas coisas. Proust era um escritor francês e ele referia-se frequentemente às madalenas, os bolos. Isto porque as madalenas o faziam lembrar a comida da sua mãe e, hoje, na língua francesa, estas são usadas como metáfora para memórias, por exemplo, da infância. Muitas fragrâncias são um gatilho para essa nostalgia, para memórias criadas ao longo da vida. E, por isso, é que disse que era simples, porque precisamos de um produto concreto, mas também precisamos de emoções. Porque sem emoções, não há esperança, não há vida.

Fomos ao Mónaco conhecer as origens da Eisenberg e falar sobre Beleza, família e arte
Fomos ao Mónaco conhecer as origens da Eisenberg e falar sobre Beleza, família e arte Jose Eisenberg, criador da marca e Edmond Eisenberg, filho e CEO da marca

Nos últimos 20/30 anos, tudo é arte e nada é arte. Historicamente, a arte não era apenas bela, era útil. Até à era da Internet, eram o único testemunho de como a humanidade evoluía. Agora, temos NFT's ou todas aquelas coisas, que as pessoas acham que são arte, mas que não dão legitimidade ao que a arte deveria realmente ser. A arte também é estética, bela, atemporal mas também teve um papel funcional durante milhares de anos. É, por isso, que digo que a arte é funcional, mas também emocional. A perfumaria também foi uma forma muito antiga de arte. Quando o meu pai escolheu a arte para ilustrar os perfumes Eisenberg, tinha uma dupla função: criar emoção e refletir o seu amor pela arte.

Voltando mais uma vez ao ponto inicial, a resposta é tão simples porque os nossos produtos são a sinergia entre inovações e tecnologia - fornecidas por nós - e criatividade - relacionada com as emoções e com o sonho. E a arte é um vetor atemporal que perpetua os nossos produtos no tempo, o nosso amor pela verdadeira perfumaria. O mais importante é que permaneçamos fiéis a quem somos, e este é um vetor de transcendência ao longo dos anos, independentemente do caos à nossa volta.

Imagine que conhece alguém que nunca ouviu falar da Eisenberg. Qual seria o primeiro produto que escolheria para lhe apresentar a marca?

É impossível, porque somos todos diferentes e é impossível impingir um produto a alguém porque seria apenas uma táctica comercial. Primeiro temos de entender quem é a pessoa, o que precisa e porquê. Diz-me quem és? Fala-me de ti. O que queres? O que precisas? Quais são as tuas expectativas? E, a partir daqui, podemos ter respostas. Uma resposta universal significa é um truque comercial, um truque de marketing, de relações públicas. Portanto, trata-se mais de ir ao importante primeiro. Na minha opinião, é até uma arrogância dizer "este é o melhor produto". Este não existe. O melhor produto para ti pode não ser o melhor para mim.

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O que é que o Edmond gostaria de trazer de novo à marca?

Eu e nós, como marca, temos absolutamente zero tolerância à mediocridade. Digo-o sem rodeios. Este é um pilar que tivemos, que temos e que sempre teremos: a excelência. Não se trata de dizer que temos o produto perfeito, porque isso pode não significar nada. Temos sim, zero tolerância à mediocridade e uma perseverança incansável em inovar.

Existem princípios fundamentais que nunca mudarão. Uma deles é criar tendências, no sentido em que trabalharemos incansavelmente para sermos extraordinariamente avançados, trabalhar com os ingredientes mais refinados. Somos muito inflexíveis e intransigentes quanto à qualidade e à essência dos nossos produtos e tentamos sempre ser inovadores, sem mudar radicalmente o que já fizemos. De quando a quando, melhoramos; fazemos atualizações dos nossos produtos, mas não os mudamos, apenas como jogada de marketing. Estou muito consciente de que temos de ser modernos, mas não quero que sejamos modernos para ser trendy; quero ser progressista, mas não uma pessoa que apenas segue tendências. Não apenas relativamente à inovação do produto, mas também à criatividade.

Há que haver uma progressão orgânica na nossa trajetória. É importante estar em sintonia com os nossos tempos, mas não de uma forma descabida, porque no final, temos sempre de voltar aos nossos pontos de ancoragem. Temos de ser relevantes, mas fiéis e intransigentes nos nossos pilares de trabalho.

Saiba mais sobre a viagem ao Mónaco com a Eisenberg, no vídeo abaixo: