O conforto está de volta à lingerie, de onde nunca deveria ter saído. Quando é que a roupa interior se tornou tão intrusiva? Também não fazemos ideia. Apenas sabemos que não há mulher capaz de conquistar o mundo enquanto usa umas incómodas cuecas (e soutiens, e sapatos, e por aí fora). Chamem-lhes cuecas da avó, que a nós não nos interessa a terminologia mas sim a sensação: e não há nada melhor do que sentirmo-nos bem na nossa própria pele (e na segunda também). Quem algum dia disse que as granny pants estavam out nunca experienciou passar um dia inteiro com umas cuecas que escorregam constantemente para o... exacto, aí mesmo. Agora que temos a reputação das cuecas de tamanhos mais generosos defendidas, podemos passar a outro assunto importante.

A sloggi está há 40 anos numa missão aparentemente simplista (mas nem por isso menos impactante): liberating true comfort, como nos explica mal entramos no seu site, e nada nos soa melhor. Liberdade de movimentos, um bom fit, não é ao acaso que toda a gente já teve na sua gaveta uma peça da marca e para muitas de nós ela significa a nossa primeira lingerie de 'mulher adulta'. Para celebrar o seu aniversário, a marca decidiu homenagear não só um dos seus modelos mais icónicos - Basic (ou 'cuecas da avó', sim) - como todas as mulheres de todas as idades que usam a roupa como via de conforto e poder. Criando uma cover de uma das músicas que marcou os anos 90 (olá, adolescência, tudo bem?), Baby Got Back de Sir Mix A Lot transformou-se numa ode a mulheres que fazem as suas próprias escolhas. É que o se chama go big or go home. Com uma vibe muito anos 90, uma crew feminina poderosa e a avó que todos gostaríamos de ter, o videoclip tem dedo de Peter Lee Scott, o realizador que tem garantia de satisfação. Vale a pena ver o video e decorar a letra. Cheira-nos a hit.

E não nos esquecemos da verdadeira rainha da festa, o modelo de cuecas Basic. Com a mesma técnica revolucionária de há 40 anos, a CoreSpun Yarn - algo que envolve um fio de lycra em torno de um fio de algodão e que, apesar de ser difícil de explicar, é fácil de sentir - as Basic mantêm-se 100% confortáveis. Com um cós mais alto, uma parte de trás ligeiramente franzida e um corte mais 2019, surgem empacotadas por uma cassete de música, só para as nossas saudades do passado serem ainda maiores. 

É claro que não conseguiríamos assistir a este videoclip sem querer imediatamente saber mais sobre a sua protagonista. Colette Zacca, de 56 anos, canta e dança como se não tivesse já sido operada a uma anca ao som de frases como "I'm sick of magazines saying g-strings still a thing", na personificação de YOLO que todas queremos ser. A marca foi generosa o suficiente para nos pôr em contacto com a atriz e ainda nos deu o plus de entrevistarmos a maquilhadora responsável por dar cor a este #squadgoals. 

Colette Zacca, atriz

Colette Zacca
Colette Zacca

Como se sentiu ao interpretar a 'nova' mulher sloggi? Que mensagem gostaria de passar com esta campanha? 

Senti-me maravilhosa e percebi que era uma oportunidade incrível. Afinal, não existem muitas mulheres da minha idade com uma oportunidade destas... A mensagem que gostaria de transmitir é que nunca és velha demais para brilhar!

A sloggi retrata uma mulher confiante e independente, consciente dos atributos da idade. O que a faz sentir-se confiante?

A vida em geral faz-me sentir confiante. Vivo-a e amo-a e espero aprender com as lições que ela me dá, as boas e as más. E depois, chega a um ponto em que se não te sentes confiante estás simplesmente a esconder-te, a anular-te. Chegas a um ponto em que paras de te desculpar e segue em frente e vives a tua vida bem. A única forma de avançares é através da confiança!

O papel da mulher no mundo está em mudança constante e a Moda é uma das mais fiéis representações disso mesmo. Como é que uma peça de roupa como a lingerie pode contribuir para criar um novo ciclo?

A roupa interior é o início, é a primeira coisa que vestes. Tens de te sentir confortável com aquele que vestes. A roupa interior é o início do resto.

O conforto é uma das mais conhecidas características dos produtos da sloggi e uma verdadeira forma de autoempoderamento. O que a faz sentir-se confortável na sua própria pele e capaz de conseguir tudo o que quer?

Acho que ninguém está confortável o tempo todo, eu pelo menos tenho a certeza que não estou. Hoje em dia vejo muitas mais oportunidades de dizer sim, do que quando era mais jovem. Costumava preocupar-me muito com o que as pessoas pensavam de mim, mas agora já não. A vida não é preto no branco, é cinzenta a maioria do tempo e é muito importante colocar-lhe um raio de luz ali e acolá.

Envelhecer é ainda descrito muitas vezes de forma negativa. Quais são as suas atuais características das quais mais se orgulho e que vieram com a idade?

Sempre me orgulhei das minhas pernas! E tem tudo a ver com o facto de dançar. Mesmo quando parei de dançar de forma profissional, continuava a dançar para mim mesma, por isso continuam fabulosas como sempre!

Estou tão orgulhosa desta campanha da sloggi! OMD, os bailarinos fizeram-me parecer muito bem e é uma campanha maravilhosa que empodera as pessoas.

 Ema Tiller Cordy, maquilhadora

Backstage da nova campanha sloggi.
Backstage da nova campanha sloggi.

A sloggi é, entre muitas outras coisas, sobre conforto. O que significa conforto para si e como é que conseguimos alcançá-lo através da maquilhagem?

Conforto significa duas coisas para mim: um conforto mais prático, respirável/moldável, e sentires-te intimamente confortável com a tua aparência.

Um boa rotina de cuidados de pele é importante para o tipo de conforto mais prático, e por isso gosto de começar a maquilhagem com um primer, porque não só faz a tua maquilhagem fresca por mais tempo como atua como uma barreira para manter a tua pele hidratada.

Os anos 90 influenciaram a sloggi para esta campanha, tanto quanto as nossas próprias memórias. Um sentimento de nostalgia geral tem trazido alguns marcos desta época de volta: no campo da maquilhagem, o que podemos esperar que seja repescado dos 90 e de que formas?

A pele mate está a ter um regresso, temos iluminado as maçãs do rosto com correctores mais do que com iluminadores e os lábios clássicos do R'n'B dos 90 também estão de volta: nude contornados com um lip liner castanho.

A marca quis representar uma mulher confiante, segura e independente. Como desenvolveu um look que fizesse jus a esta descrição? Que produtos, texturas e cores usou para ter a certeza que a mensagem seria transmitida?

A Colette tinha uma confiança e atitude fantásticas para trabalhar, tal como os bailarinos, e realçá-lo com alguns killer looks do hip-hop foi tão divertido. Inspirei-me em poderosas artistas dos anos 90: Missy Elliot foi a inspiração para o lipgloss preto e a a maquilhagem de olhos dourada e houve alguns looks mais bronze e nude trazidos das capas de revista de Mary J Blidge.

Trabalhar com a Colette foi um prazer porque ela personifica essa mulher confiante e acho que essa autenticidade se traduz para o público.

A música, a dança e a sloggi são intemporais. Mas a idade ainda continua a ser uma das principais barreiras a ser transposta quando se fala de beleza. Qual é o seu melhor conselho para que qualquer mulher se sinta confiante?

Estamos a viver uma era incrível de expressão própria e identidade. Sejam a mulher que querem ser, a idade não pode ditar o que vestes ou como aplicas a tua maquilhagem. The older the bolder!