Consultei um tricologista e descobri que o meu cabelo é um impostor

Joana Maia Rodrigues

25 mai 2021 16:45

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O nosso cabelo pode esconder os segredos mais obscuros e nem nos apercebemos disso.

Modéstia à parte, se há algo em que a genética foi particularmente boa comigo, é o meu cabelo. De amigos, desconhecidos e até profissionais, sempre recebi elogios, seja pelos caracóis, pela sua fartura ou pela sua cor. Mas se aos olhos dos outros pode parecer quase perfeito, a verdade é que sempre me incomodou o quão seco ele é. Por mais que use os melhores produtos, faça hidratações em salão e crie rituais sagrados, nada parece alterar a sua condição. E se parece não haver forma de resolver o problema, quando recebi o convite do tricologista Ricardo Vila Nova, a resposta só podia ser (um grande) sim!

Foi aí que toda a verdade veio ao de cima. Depois de recolher três fios de cabelo e de os analisar rigorosamente ao microscópio, eis o veredicto: o meu cabelo é um impostor. O "encantador de cabelos", como é conhecido, começou pelas boas notícias, dizendo que tenho boa densidade e quantidade de fios e, felizmente, não tenho predisposição genética para queda. Contudo, embora o meu cabelo tenha boa estrutura, a ligação proteica é fraca, ou seja, embora pareçam fortes, os meus fios podem quebrar facilmente. Para acrescentar, o filme hidrolipídico é muito baixo e o couro cabeludo tem tendência para descamar.

E porque o nosso cabelo esconde bem mais segredos do que imagina, o Ricardo conseguiu ainda perceber qual o meu tipo de dieta, referir que os meus níveis de imunidade estavam óptimos (boas notícias quando estamos a viver uma pandemia mundial) e, por último mas não menos espectacular: que sou a primeira filha e herdei a genética capilar do meu pai, o que é duplamente verdade.

Análise feita, seguiu-se um tratamento que consistiu num ritual de lavagem para reconstruir a estrutura dos fios e a hidratação dos mesmos. Este consistiu em quatro passos:

Uma massagem no couro cabeludo feita com uma mistura de óleo de rícino com óleo de camélia japonesa (tsubaki) e ainda uma solução à base de extracto de ginko e de peónia. Este composto é antioxidante e anti-inflamatório, protegendo e regenerando o couro cabeludo em profundidade. A sua característica super hidratante é mais duradoura, graças à barreira criada que sela a humidade. A nutrição foi assegurada pelos aminoácidos e ácidos gordos, para que os fios funcionem em pleno rendimento tornando-se mais fortes. O óleo á base de Tsubaki foi colocado nos fios até às pontas, para os hidratar em profundidade até ao cortex. Esta solução oleosa foi transformada em aquosa em laboratório, uma tecnologia inovadora e rara.

Seguiu-se a lavagem com um champô à base de queratina, mas também rico em aminoácidos e ácido hialurónico. Este limpa gentilmente o couro cabeludo e proporciona uma textura hidratante, deixando uma sensação de suavidade. Garante maior elasticidade, protecção e brilho ao cabelo.
Entretanto vieram as máscaras: a primeira mistura que fizemos era rica também em queratina e em proteínas, com o objectivo de fortalecer a estrutura dos fios, dando-lhe alimento e deixando-o hidratado, sedoso, forte e brilhante. Actuou durante 15 minutos com a ajuda do laser, que funciona como um catalisador, ampliando os efeitos das máscaras e estimulando os folículos, já que melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo. A segunda é rica em óleo de argão e em omega 3, que além do cabelo, também protege o couro cabeludo.
Para um toque final, passámos nos fios o mesmo óleo de camélia japonesa que usámos no início, para um brilho e protecção extra.

Veredicto? A verdade é que nunca senti o meu cabelo tão macio e brilhante, mas o que mais me surpreendeu foi o facto de que esta sensação se prolongou ao contrário do que acontecia com outros tratamentos que já fiz. Para prolongar os resultados no tempo, tenho usado os produtos personalizados para as necessidades do meu cabelo e a diferença é notável.