Chama-se Yumi, é o novo rosto da SK-II, e, à semelhança de influencers como Lil Miquela e Noonoouri, foi criada por um computador. Yumi pode parecer-se com uma rapariga humana, mas é na realidade um robot criado pela Soul Machines, a startup de inteligência artificial que em colaboração com a marca de cosmética deu (quase literalmente) à luz a embaixadora perfeita.
A nova influencer fictícia irá estrear-se primeiro no Japão, país onde nasceu a SK-II, e depois nos Estados Unidos. Será não só o rosto da marca, mas partilhará também dicas de skincare e respostas às perguntas que os fãs da marca têm sobre determinados produtos.
A diferença entre esta e outros faux influencers é que Yumi foi criada especificamente para esta marca, e permanecerá assim, ao passo que Noonoouri, por exemplo, trabalha com várias empresas a partir do seu Instagram. Neste caso, Yumi será uma embaixadora fiel e exclusiva da SK-II - um novo produto da marca numa vertente diferente, se quisermos pôr as coisas dessa forma.
Embora seja novidade na indústria da Beleza, já várias marcas como a AutoDesk e a Mercedes Benz "contrataram" os seus próprios robots, que não só funcionam como serviços de apoio ao cliente mas assistem ainda no processo de training de novos empregados (humanos). Yumi é, no entanto, dos primeiros robots in house a ser também embaixador público da marca.
O controlo
As marcas de cosmética sempre recorreram a pessoas influentes para serem suas embaixadoras, mas os seres humanos são difíceis de controlar: desentendimentos, mudanças de opiniões e choques de valores podem quebrar contratos e levar à perda de grandes sumas de dinheiro.
Escusado será dizer que, pelo menos por agora, o mesmo não acontece com estes robots; depois de fazer a compra à empresa-mãe, a personagem pertence à marca, que poderá fazer com ela o que bem entender.
Este controlo total é certamente muito aliciante para marcas, especialmente numa altura em que um escândalo ou shift da opinião pública pode levar negócios bem estabelecidos à falência.
No longer #relatable
É difícil prever o rumo que a indústria - e a Internet - estão a tomar, mas numa altura em que procuramos o familiar e o relatable, é difícil vermos muito de nós mesmos num robot. Os embaixadores sempre serviram como um elo de ligação entre a marca e o público, que poderá ser posto em causa se o embaixador em questão for simplesmente mais uma extensão (fictícia) da marca, sem vida fora dela.
A credibilidade
Além disso, uma personagem controlada por uma entidade não tem opiniões próprias, o que põe em causa, bem, tudo e qualquer coisa que a mesma possa dizer.
Irão estes influencers fictícios conquistar o respeito do público a um ponto em que realmente consideramos aquilo que nos dizem, ou serão para sempre uma versão mais complexa e criativa de um #Ad?
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