Desde 16 de novembro que é possível visitar o Vagina Museum, o primeiro museu permanente totalmente dedicado à vulva e à vagina. A inauguração deste espaço pet-friendly, situado no bairro de Camden, norte de Londres, é o culminar de uma campanha de crowfunding iniciada em 2017 com vista à construção de um museu focado na anatomia ginecológica. "Descobri que havia um museu do pénis na Islândia [o Icelandic Phallological Museum], mas não havia nenhum museu equivalente sobre a vagina, então decidi fazer um", revelou ao The Guardian Florence Schechter, a diretora do Vagina Museum.

Durante dois anos, esta produtora audiovisual graduada em bioquímica andou a falar com diversos especialistas em anatomia ginecológica e a realizar exposições pop-up sobre vulvas e vaginas em vários locais do Reino Unido. De agora em diante, tais exposições e instalações, a par com workshops e palestras, terão uma casa fixa: o Vagina Museum.

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"Porquê museu da vagina e não museu da vulva?" é uma pergunta que tem sido colocada a Florence Schechter e a Sarah Creed, curador do museu. "Não há nenhum termo bom para descrever toda a anatomia que não seja excessivamente médico (como sistema ginecológico) ou que não se concentre num único objetivo (como sistema reprodutor) ou que não exclua as pessoas transgénero (como, por exemplo, genitália feminina). 'Vulva' refere-se apenas às partes externas (lábios, clitóris, abertura da vagina, etc.) e não ao útero, ovários, etc., portanto, não seria uma palavra precisa para descrever toda a anatomia. (...) 'Vagina' também não é uma palavra mais precisa, admitimos. Mas achámos que era uma palavra mais reconhecível que 'vulva', e isso é importante para tornar o museu acessível", lê-se no site.

A primeira exposição, intitulada Muff Busters: Vagina Myths and How To Fight Them, já está aberta ao público, visa desmascarar todos os mitos associados à vagina, ao prazer feminino e à menstruação e pode ser visitada gratuitamente. Depois desta, estão já agendadas outras exposições, nomeadamente a Vulvanomics, centrada no vocabulário relacionado com a vagina, e uma peça de teatro sobre espiritualidade e sexo, intitulada Sex Magick.

Também estão previstas exibições de filmes que promovam reflexões sobre a sexualidade. Mas a missão de Florence Schechter e de Sarah Creed é mais ampla: erradicar o estigma em torno do corpo e da anatomia ginecológica e tornar o Vagina Museum num fórum que promova o feminismo, os direitos das mulheres, a comunidade LGBTQI+ e a comunidade intersexo.