Na indústria da cosmética, a crueldade animal é um tema cada vez mais em discussão. Entre outros motivos, porque os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes na informação que lhes é veiculada sobre a filosofia e práticas que estão por detrás do creme que usam todos os dias.

E ainda que muitas marcas, tanto internacionais, como a Lush ou a The Body Shop, como portuguesas, como a Ignae, já se declarem abertamente cruelty-free, a verdade é que há outros nomes (grandes e pequenos) do sector que continuam a realizar testes cosméticos em animais para produzir os seus produtos.

É precisamente para impulsionar a mudança na indústria e fomentar a pesquisa e desenvolvimento de metodologias alternativas que existe o Lush Prize, um prémio criado numa parceria da Lush e a Ethical Consumer, cujo foco é substituir por completo os testes em animais.

Marcas de Beleza que já são cruelty-free
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O prémio - para o qual um português esteve nomeado - no valor de 350 mil libras (dividido entre várias categorias) premeia grupos ou indivíduos que "trabalham nos campos da investigação científica livre de crueldade, das campanhas de consciencialização e dos grupos de pressão com o objectivo de abolir os testes em animais".

Os vencedores foram anunciados esta sexa-feira, dia 16 de Novembro, em Berlim, e entre eles está um olho artificial, um projecto criado pelo engenheiro biológico Dan Dongeun Huh, professor assistente no departamento de Engenharia Biológica da Universidade da Pensilvânia.

O que é um olho artificial

Composto por células humanas, este olho "tem canais lacrimais e uma pálpebra que pisca em resposta a corpos externos, da mesma forma que um humano ou um animal faria", revela a Lush em comunicado.

olho
olho O olho desenvolvido em laboratório ganhou o prémio na categoria Science (Ciência).

O que pode beneficiar

Este olho concebido artificialmente pode facilitar uma série de estudos relacionados com drogas, anuncia a marca, destacando que no caso da cosmética, este olho artificial "tem o potencial de substituir o controverso teste de Draize, onde se administram vários químicos nos olhos de coelhos para testar a irritabilidade ocular".

Resta saber como a indústria da cosmética vai receber esta inovação e se esta será efectivamente posta em prática.