Foi a 5 de maio de 1921 que começou a história daquele que viria a ser o perfume mais icónico de sempre. O Chanel Nº5 é, na verdade, bem mais do que uma fragrância: é um símbolo de elegância, feminilidade, sofisticação. Foi o primeiro perfume para mulheres, idealizado por uma mulher.

#MirandaQuer - o perfume que é um símbolo de força, poder e elegância
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É no frasco com traços minimalistas, de vidro transparente, que a fragrância de cor âmbar se destaca, inspiração retirada de um cantil, que representa movimento, velocidade, viagem. Um design intemporal, que se mantém praticamente inalterado ao fim de um século de criação.

Os três pilares do N°5 — fragrância revolucionária, a excelência dos ingredientes e o frasco radical — estão para a Chanel como a gramática está para a linguagem, determinando daí para diante o estilo de todas as outras fragrâncias da Maison francesa.

Os 100 anos do icónico Chanel Nº5
As várias reinterpretações do icónico Chanel Nº5 ao longo do século créditos: Chanel

A evolução do icónico perfume da Chanel

Desde a sua criação que o perfume Chanel Nº5 se vem a reinventar com novas interpretações, mas com o mesmo carácter. Três anos após o seu lançamento, surge em 1924 o Chanel Nº5 Eau de Toilette, a versão que veio introduzir uma nova forma de experienciar a fragrância, mais suave e mais amadeirada: “A natureza altamente preciosa do Parfum, rapidamente justificou a necessidade de uma versão de eau de toilette, mais leve, que permanecesse fiel ao espírito do original”, explicou Olivier Polge, o "nez" da Chanel.

Em 1986, foi lançado o Chanel Nº5 Eau de Parfum, tendo em conta as tendências da perfumaria à data. Esta fragrância criada pelo anterior "nez" Jacques Polge, pai do atual, veio reavivar a sensualidade do Nº5 original, criando um rastro denso, envolvente e duradouro. A baunilha foi a nota que veio dar o toque oriental a este perfume.

Os 100 anos do icónico Chanel Nº5
Evolução do perfume Chanel Nº5 ao longo de 100 anos créditos: Chanel

Porquê o número 5?

A escolha do cinco para nome do perfume não foi inocente. Para além de ser o algarismo favorito de Gabrielle Chanel, foi a quinta fragrância da Maison, apresentada aos amigos da estilista a 5 de maio de 1921.

A era moderna do clássico começou em 2008 com o arejado e luminoso Nº5 Eau Première. Também criada pelo perfumista Jacques Polge, esta versão teve como estrela os almíscares brancos, muito em voga nos aromas dos anos 2000. A estes juntaram-se as rosas, o jasmim e o ylang-ylang, e um toque de baunilha, criando "uma nova textura, mais semelhante ao Nº5 e mais próxima da pele", reflete Olivier Polge.

A última reinterpretação a ser lançada pela Maison foi o Nº5 L'Eau, em 2016, que se revelou uma lufada de ar fresco. Fresca e floral, esta versão abre com um acorde cítrico — limão, tangerina e laranja — fundido com o bouquet floral característico da família Nº5. Resultado? Embora as notas sejam as mesmas, Olivier Polge considera esta a interpretação que mais difere das outras, ilustrando a ideia de que na perfumaria tudo é uma questão de proporção.

As musas Chanel Nº5