
Há mecanismos cerebrais interessantes. Desde miúda que convivo mal com o elogio. Passo a explicar: aula de ginástica, fiz bem o pino? O professor elogia e, no pino seguinte, caio redonda no chão. Aula de Muay Thai? A treinadora diz “bom upper cut”? O seguinte acerto no meu próprio queixo. Escrevo um texto bom e recebo feedback positivo? Nos dias a seguir, não me sai nada de jeito das teclas.
Atingi o objetivo... e desandei
Este preâmbulo todo para contar uma história desta semana. Estou na minha massagem drenante. No final peso-me, como sempre. 69,8 kg. Abaixo dos 70, o grande objetivo destas semanas.
“Parabéns, Rita”, diz-me a massagista Sofia,“estás a conseguir.”
Dias seguintes, a mesma Rita: come tudo e mais alguma coisa.
Bem sei que andei a mil no trabalho, a começar pelas 06h30 e a acabar pelas 23h. Isso não ajuda a manter o foco. Mas estava tão bem… e portei-me tão mal, em termos alimentares.
Sabotar o próprio progresso: porquê?
Nestas alturas penso: porque me estou a boicotar? Porque não consigo fazer as melhores escolhas? Porque é que, sabendo tudo o que funciona, escolho — sim, porque é uma escolha, mesmo não fazer nada é uma escolha — não cumprir? As razões podem estar em mecanismos aditivos ou questões emocionais mais profundas. Será que penso que não mereço estar elegante e super fit?
Paro com estes pensamentos repetitivos todos. Calma, Rita. Foi uma semana dura, de trabalho excessivo e pressão constante. Não te culpabilizes — isso não emagrece.
Recuperar o foco: descanso, natação e aula dupla
Fim de semana de descanso e só a fazer o que gosto. Aula de natação com o meu filho — entrei com ele na piscina. Lembra-me que tenho de readquirir o hábito de nadar, tão saudável e bom para o organismo. Um cardio sem impacto nas articulações.
Domingo, dobradinha na Amplify: duas aulas seguidas — Cycling e depois Boot Camp. Nesta última faço só a parte localizada. A aula alterna corrida na passadeira com treino de pesos, mas há dois lugares (os double) onde se repete o treino com pesos. Escolho esse. Durante a aula dupla, sinto o macacão tamanho L já largo. Sinto-me fit. Consigo fazer as duas aulas sem grande esforço — o que não aconteceria há dois meses.
Como já disse antes: os efeitos estão lentos, mas estão a dar-se.
5 dicas para quando se falha no plano
Identificar os motivos
Perceber que escolhas poderiam ter sido diferentes
Evitar culpas — é um processo, não linear, e o erro faz parte
Reprogramar & recomeçar
Planear tudo — refeições, marmitas, snacks, bebidas drenantes. Com aliados por perto, há menos hipóteses de agarrar no que não se deve
Segunda-feira: novo recomeço
Tudo preparado para mais uma semana a trabalhar para o #DesafioMenopausa: refeições planeadas, snacks comprados, aulas de exercício marcadas. Vamos a isso.
O rosto também perde firmeza?
Experimentei um tratamento novo para o rosto: chama-se Liftera e é um ultrassom microfocado aplicado por um médico — neste caso, o cirurgião Júlio Matias, da Clínica Juno.
O objetivo é:
Reduzir a flacidez
Melhorar a textura da pele
Estimular a produção de colagénio
O procedimento tem três fases, com três intensidades diferentes do ultrassom.
Não é doloroso, talvez semelhante à depilação a laser. Sendo no rosto, pode oferecer algum desconforto. Os resultados começam a ver-se a partir da sexta semana — o ciclo natural de renovação celular da pele. Mas eu, nos primeiros dias, já noto alguma tonicidade, segundo o Dr. Júlio, perfeitamente normal.
Dores faciais como se tivesse ido ao ginásio
Nos dias a seguir, sinto mesmo como se tivesse feito exercício facial. Tenho leves dores nos tecidos da mandíbula, maçãs do rosto e pescoço. Questiono se é normal. Da clínica respondem: perfeitamente normal, e passa em alguns dias. Estão a ver aquela sensação de ter treinado com intensidade e ficar com dores musculares? Semelhante, mas no rosto.
Gosto!
Rita Machado sempre teve a comunicação como eixo central – no jornalismo, em agência e na estratégia para clientes. Gosta de conectar pessoas e criar conteúdos. Foi mãe tarde, depois de muitos anos a viajar e divertir-se. Agora, com mais de 50 e na perimenopausa, enfrenta outro grande desafio. Como na maternidade, nunca mais se é a mesma. Mas não baixa os braços: quer envelhecer bem, manter o corpo funcional e aproveitar esta fase da melhor forma.
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