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Já tinha ganho 4 kg durante a pandemia e, quando entrei na perimenopausa, vieram mais 10 em apenas 2 anos – pouco tempo para cuidar de mim, não conseguia ir ao ginásio e passei a ter comida em casa que nunca tinha tido. Resultado? 74 kg de peso e 14kgs a mais… Podia ficar tranquilamente assente (literalmente) neste peso e no “rolo de carne” que agora tenho à volta da cintura e um pouco por todo o corpo. A ideia surgiu: nada como um desafio para nos obrigar a comprometer e tentar perder pelo menos os 10 kg.
Todas as semanas vou dando conta dos passos, dos resultados e tentando inspirar quem está na mesma luta. Vamos juntas?
Semana 1 - ponto de situação e primeiros passos
Sempre fui uma pessoa atlética e conseguia treinar todos os dias, mas a maternidade, o trabalho, ter sido operada ao joelho há dois anos, várias mudanças a nível pessoal e, por fim, a entrada na perimenopausa foram uma combinação explosiva para o meu corpo.
Literalmente: explodiu um rolo de carne na barriga (que nunca tive) e, na zona das pernas e anca, o volume aumentou. As calças deixaram todas de me servir e, para não andar sempre apertada – e, sobretudo, nada valorizada na forma –, tive de comprar (alguma) roupa nova. Sortuda como sou, a minha irmã (que é dois tamanhos acima do meu) limpou os armários dela e deu-me roupas ótimas, mais larguinhas e exatamente no meu estilo.
Mas não estou feliz. Sinto-me pesada. Não me sinto eu, na verdade, e este corpo nem parece o meu. Entre a aceitação e o autocuidado, onde fica a Rita?
Por isso, decidi: dieta, treino, cuidar de mim. Ser a mãe expedita e bem-disposta que quero, perder alguns quilos, comer melhor e fazer mais exercício. Tenho de conseguir. Em janeiro de 2024 disse exatamente o mesmo, mas nada fiz (assim diz o meu diário, com os mesmos quilos anotados em janeiro deste ano que os do ano passado).
Primeira semana do desafio e estou de férias. Claramente, não ajuda à dieta, pois há sempre mais momentos de lazer – com gulodices e vinho. Em vez de me martirizar com o que poderia ser, resolvo abraçar a realidade e trabalhar outras vertentes. Há uma consciencialização que pode ser feita e trabalho de preparação para as semanas seguintes. Já tenho consulta no nutricionista marcada, e, até lá, vou trabalhar as emoções e o mindset.
"Entre a aceitação e o autocuidado, onde fica a Rita?"
O que fiz na primeira semana do #DesafioMenopausa
1/ Arrumei os meus armários. Não sei vocês, mas, comigo, funciona se eu começar com a “mesa de trabalho” arrumada, no sentido de me libertar da tralha para organizar as ideias. Fora com as roupas que não uso, organizei as roupas que uso – e que me servem. Não vale a pena andar todos os dias com roupa apertada a sentir-me mal, pois isso vai influenciar a minha disposição. Organizei as coisas de forma a ter combinados que favoreçam a minha nova forma, para que o “vestir” todos os dias não seja um momento de stress. Um segredo: guardei numa gaveta algumas calças de ganga – aquelas Levi’s que tão bem me ficavam – para quando recuperar alguma da forma.
2/ Naturopatia. Tinha marcada uma consulta com o Dr. Filipe Serrano, naturopata. Fui lá perceber se as minhas emoções não estariam a atrapalhar o processo. Ele identificou que preciso de trabalhar a desvalorização. Faz sentido: se não cuido de mim – como sei fazer –, é porque não estou a ser a minha prioridade. Há que mudar. Equilibrar. Ter a intenção certa. Mal não faz dizer as frases que ele me recomenda, o cérebro e as emoções também se treinam. Combinámos continuar o protocolo de homeopatia, que alivia os sintomas da menopausa – menos calores noturnos para dormir melhor.
3/ Um plano e um compromisso. Para a semana, tenho nutricionista, mas, esta semana, vou começar a ter alguns cuidados. Ginásio e comer menos, para me preparar para as recomendações do Dr. Pedro Queiroz, da Clínica de Nutrição de Lisboa, que fará a avaliação física e recomendará o plano a seguir.
Objetivos da semana: beber mais água, não comer junk food (nachos, mais alguém desse lado?), evitar os falsos snacks (meio pacote de avelãs não são 10, ok, Rita?).
Mood da semana
É inverno e a minha pele está desidratada. Ainda bem que acabei de receber um produto que é um velho favorito meu: o original Eight Hour Cream, de Elizabeth Arden. Durante anos, foi o segredo mais bem guardado das modelos, que o usavam entre as intensas maquilhagens nos desfiles, para nutrir e recuperar a pele. Na perimenopausa, devido à diminuição de estrogénio e de progesterona, a pele ressente-se. Como tenho psoríase, a tendência naturalmente seca da minha pele ainda aumentou, pelo que vou usar este bálsamo em vez do creme de noite ou, também, como máscara.
Não percam o relato da 2ª semana de Desafio na próxima 2ªfeira!
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Rita Machado sempre teve a comunicação como eixo central – no jornalismo, em agência e na estratégia para clientes. Gosta de conectar pessoas e criar conteúdos. Foi mãe tarde, depois de muitos anos a viajar e divertir-se. Agora, com mais de 50 e na perimenopausa, enfrenta outro grande desafio. Como na maternidade, nunca mais se é a mesma.
Mas não baixa os braços: quer envelhecer bem, manter o corpo funcional e aproveitar esta fase da melhor forma.
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