
Começo cheia de energia... mas a motivação vacila
Entro na segunda semana deste desafio cheia de energia e boa vontade! Consigo ter cuidado com a alimentação, afinal, sexta-feira tenho nutricionista e não quero chegar lá no meu pior.
Mas um jantar na quinta, dois copos de vinho e um cozido na sexta-feira depois... e já não estou tão confiante. Convenço-me de que foi uma despedida e entro no nº 108 da Avenida da Liberdade para subir ao 6º piso, onde fica a Clínica de Nutrição de Lisboa, para a minha consulta com o Dr. Pedro Queiroz.
Consulta de nutrição: o diagnóstico realista
Medidas corporais feitas, corpo analisado, resumo dos meus comportamentos e do que eu acho que tem afetado a minha forma: maternidade, menopausa, perda de hábitos alimentares saudáveis nos últimos dois anos, redução do exercício (que sempre foi diário) no último ano.
Resultado: 12 kg a mais, e 10 são de gordura – assim diz o exame de composição corporal. Temos de reduzir, e muito, este índice de massa gorda.
— "Está bem, a Rita é bonita" (obrigada, Dr. Pedro, sempre a puxar pela nossa autoestima), "e ainda tem uma boa percentagem de músculo. Mas temos de reduzir isto. Quanto tempo estima que vai precisar, Rita?", pergunta o Dr. Pedro.
Sinto uma ponta de hesitação. Passei o ano passado inteiro a tentar emagrecer e não perdi um kg (ou perdi e ele voltava).
— "Uns meses?", respondo meio a medo...
— "Quatro. Quatro meses e conseguimos perder isto."
Vamos a isso. Foco máximo.
— "Mas não é só perder, depois temos de manter. Uma coisa é a dieta, outra é manter, ser saudável. E a Rita ainda é nova e vai ficar top."
Os três pilares do plano: respirar, andar e comer
Antes de mais nada, e a acompanhar o plano de nutrição, Pedro Queiroz diz-me que preciso de reaprender três coisas essenciais:
1/ Respirar
Inspirações lentas e expirações ainda mais lentas. Várias vezes ao dia. Treinamos os dois na consulta.
— "Mais lento ainda na expiração", diz-me o Dr. Pedro.
A ansiedade faz-me comer e o dia a dia agitado leva-nos a fazer tudo sem pensar. Mas eu faço yoga há 15 anos! Sei respirar, até já dei aulas de yoga onde ensino exatamente... técnicas de respiração!
Ainda assim, ultimamente, mais do que ansiedade ou outros efeitos da menopausa, sinto que não consigo respirar.
— "Antes de comer, pousar talheres e respirar algumas vezes. Quando entrar no carro, antes de ligar, a mesma coisa. Ao caminhar na rua, respirar. Qualquer coisa que vá fazer, foque-se na respiração, lenta e pausada", insiste o médico.
2/ Andar
Postura correta, abdominal contraído e ombros para trás.
— "Entre nos sítios de peito orgulhoso", diz o Dr. Pedro enquanto exemplifica.
Caminhar 5 km por dia e manter a ginástica que recomecei.
— "Neste primeiro mês, quero que se foque muito, muito, muito nestas duas coisas: respiração e postura."
3/ Comer
O plano nutricional é bastante claro:
✔ Algumas opções para não comer sempre o mesmo.
✔ Reduzir (e muito) quantidades.
✔ Hidratos apenas nos dias de exercício.
✔ Escolher opções mais nutritivas.
✔ Não misturar certos alimentos.
✔ Nada de álcool.
✔ Beber muita água e tisanas.
✔ Ser consciente ao comer: pousar talheres, respirar, mastigar devagar.
— "Senão parece que comeu uma refeição inteira em apneia", diz-me.
Identifico-me totalmente – eu como literalmente em três minutos.
Suplementação e tratamentos recomendados
Nestes primeiros sete dias, o Dr. Pedro recomenda:
✔ Cholagutt em jejum.
✔ Drenante Aquadrena (escolhi o de maracujá, mas também há de morango e limão), durante um mês.
Recomenda também alguns tratamentos localizados com recurso a máquinas e tecnologia.
Mas eu sei que preciso antes de mais nada de reaprender a comer. Não quero fazer tratamentos e continuar a comer porcarias.
— "Sim, posso ter interesse, mas vou cumprir este plano certinho e, na próxima consulta, vemos resultados e os próximos passos. Pode ser?"
— "Vamos a isso, Rita! Tem de ser forte, ok? Conto consigo."
Eu também.
O que vestir? Um novo olhar sobre a roupa
Lembram-se de, no diário da semana passada, ter falado em arrumar os armários?
Na verdade, era um sentimento misto: se, por um lado, estava confortável por ter roupa que me servia, por outro, sentia que estava a desistir de lutar para estar mais em forma.
O Dr. Pedro parece que me leu a mente:
— "Em termos de roupa, não quero que compre nada. Vamos recuperar o peso para voltar a vestir o que tem no armário."
Digo que tenho algumas coisas novas, e ele insiste:
— "Ótimo, mas para já não compre mais nada. Não tarda volta a usar as coisas..."
Gosto! Eu funciono muito bem com este pragmatismo: se queremos algo, temos de trabalhar para o ter.
Foco, foco, foco.
Mood da semana: diário de bolso, literalmente
Neste primeiro mês, tenho de anotar tudo o que como e bebo num livrinho que o Dr. Pedro Queiroz me deu.
Sei por experiências passadas que este registo é importante para o compromisso. A mente engana-nos e acabamos por acreditar nas construções da realidade que fazemos. Se ficar registado, é mais fidedigno.
Agora, é aplicar tudo isto. Vamos juntas neste desafio?
Rita Machado sempre teve a comunicação como eixo central – no jornalismo, em agência e na estratégia para clientes. Gosta de conectar pessoas e criar conteúdos. Foi mãe tarde, depois de muitos anos a viajar e divertir-se. Agora, com mais de 50 e na perimenopausa, enfrenta outro grande desafio. Como na maternidade, nunca mais se é a mesma.
Mas não baixa os braços: quer envelhecer bem, manter o corpo funcional e aproveitar esta fase da melhor forma.
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