
Engraçado, nem sempre o mais óbvio funciona, certo? Em vez de estar num bootcamp de dieta, resolvi relaxar. Tive uma semana muito, muito intensa, com vários dramas familiares, de descendência e de ascendência, e o meu cérebro andou sempre a mil.
Mas ainda assim parece que conseguiu — o cérebro, porque eu estava de rastos — fazer algumas escolhas certas.
Alimentação simples, sem culpas (e quase sem desvios)
Sopa à noite, frango com salada de pepino, ovos mexidos. O tempo foi pouco e consegui ir gerindo a alimentação sem me vingar nas gordices.
Bem, se for sincera, na passagem para o Norte parei na Mealhada e comi uma sandes de leitão — pão sem miolo — e no sábado sucumbi a um croissant de chocolate (sabem aquelas pastelarias no Norte em que tudo sai quente e delicioso?), mas mesmo assim perdi 500 gramas entre estes dois domingos. Nada mau!
Início da terapia hormonal de substituição
Nas últimas duas semanas tenho andado a fazer a terapia hormonal de substituição.
No meu caso: comprimidos de estradiol, uma hormona sexual feminina do grupo dos estrogénios, que mimetiza o estradiol produzido pelos ovários. A toma é feita dia sim, dia não, seguindo prescrição da minha ginecologista.
Ainda não tenho propriamente um feedback objetivo e concreto, mas sinto uma ligeira influência no inchaço — o meu corpo parece mais seco e com menos retenção de água. Será que o balanço hormonal está a produzir efeitos?
Porque optei pela via hormonal depois de dois anos naturais
Depois de mais de dois anos a seguir a via natural, optei por este caminho. Senti que não estava a ser suficiente, por isso consultei uma médica especialista em menopausa.
É que nesta fase, parece ainda haver muitos médicos — mesmo ginecologistas — que:
Não enquadram as nossas queixas numa leitura global da nossa faixa etária e do processo físico da perimenopausa;
Adotam a atitude de “é uma fase da sua idade, há que aguentar”;
Não nos ouvem com atenção quando elencamos todos os sintomas ou, se ouvem, não prescrevem nada para os resolver.
A Dra. Susana Coutinho receitou-me este tratamento com a devida advertência: “Experimente. Às vezes precisamos de vários testes até acertar na solução para cada mulher.” Um tratamento não funciona com todas. Umas dão-se melhor com uns, outras com outros. Às vezes demora a acertar.
No meu caso, como descrevi, ainda não tenho dados objetivos, mas errado não parece estar.
ADD ON: lua cheia, energia de libertação e penitência pós-excessos
Esta segunda-feira é Lua Cheia em escorpião e, segundo li em sites de astrologia, vem com uma energia de libertação.
Eliminar o que não interessa parece ser o mote: emoções negativas, pessoas tóxicas e o peso extra.
Esta semana terei trabalho a dobrar — falamos de estar sempre ON, das 7h às 23h —, o que nem sempre facilita.
Mas vou aproveitar a boleia da Lua e tentar fazer um esforço extra.
O Dr. Pedro (nutricionista) diz sempre: “Se um dia abusa, no outro penitência.” E o meu passado religioso deve ter-se agarrado à frase, porque sempre que acordo depois de um dia mais cheio — de comida, trabalho ou emoções — lá me redimo. Que esse passado sirva para alguma coisa. Ao menos, apoia-me neste desafio.
Rita Machado sempre teve a comunicação como eixo central – no jornalismo, em agência e na estratégia para clientes. Gosta de conectar pessoas e criar conteúdos. Foi mãe tarde, depois de muitos anos a viajar e divertir-se. Agora, com mais de 50 e na perimenopausa, enfrenta outro grande desafio. Como na maternidade, nunca mais se é a mesma. Mas não baixa os braços: quer envelhecer bem, manter o corpo funcional e aproveitar esta fase da melhor forma.
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