A escrever este texto, dou imediatamente conta de que passaram 10 semanas e não evoluí tanto como estava à espera no meu desafio. Ou seja, não perdi muito peso — e, com o tempo que passou, poderia ter perdido muito mais.

Mas, como o metabolismo, também a minha motivação está mais lenta.

Plano para esta semana: jejum intermitente e menor quantidade de comida

Planeio uns dias de jejum intermitente mais alargado e de redução da quantidade de comida — no meu caso, a questão é que, mesmo comendo os alimentos certos, tendo a comer muita quantidade. E não há milagres.

Pelo menos, não aumentei de peso. Mas também não estou a conseguir cumprir o plano como devia.

Os meus dias alimentares têm sido pautados por períodos em que estou super focada e outros em que desregulo completamente. É um pouco bipolar — sem a carga da doença clínica, claro —, mas parece ser assim que esta fase da vida se apresenta.

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Humor às voltas e saúde mental no radar

Por diversas razões, o tema da saúde mental acompanhou-me a semana toda.

Tenho estado rodeada de pessoas bastante desreguladas emocionalmente — será alguma lua ou conjugação planetária marada? — e isto fez-me pensar nas alterações de humor que são tão características da menopausa.

O que as provoca? Porque é que, mesmo estando tudo bem na nossa vida, há dias em que estamos super felizes e outros em que a ansiedade toma conta de nós?

Já há uns meses que tomo algo prescrito para regular as emoções, mas mesmo assim estas oscilações continuam a acontecer — surgem sem aviso e vêm acompanhadas de arrependimento. Não está fácil.

E claro: se não estamos bem emocionalmente, também não conseguimos cumprir o plano alimentar ou ter força para ir ao ginásio.

Dores articulares e adaptação ao novo ritmo

As dores articulares — que derivam da minha psoríase (as doenças autoimunes tendem a piorar nesta fase da vida) — também se têm feito sentir. Se treino intensamente, fico 3 a 4 dias sem conseguir mexer-me. É difícil esta adaptação, porque eu era aquela pessoa que treinava todos os dias e até fazia bi-diários (yoga de manhã e outro treino ao almoço). Hoje, se treinar três vezes por semana, considero um sucesso.

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Consultas, novo ginecologista e novos passos

Esta semana consultei o livro The New Menopause, da médica ginecologista Mary Claire Haver (Instagram: @drmaryclaire), que comprei há uns meses. Ele tem vários capítulos e uma secção prática — The Menopause Tool Kit: A Symptom-Based Resource Section — que consulto à medida que preciso.

Depois de descrever os sintomas (ganho de peso silencioso, gordura abdominal), apresenta as estratégias:

  • Evitar fumar

  • Reduzir o stress

  • Dormir bem

  • Dieta anti-inflamatória (hidratos complexos, proteínas magras, gorduras saudáveis)

  • Limitar os açúcares

  • Aumentar a fibra e a proteína

  • Ingerir probióticos pela alimentação

  • Fazer jejum intermitente

Faço tudo. Uns dias melhor, outros pior.

Mudei de ginecologista — queria alguém mais focado nesta fase da vida. Fiz vários exames e comecei uma compensação de estrogénio, seguindo a nova prescrição. A Dra. Mary Claire defende a terapia hormonal de substituição como grande aliada no alívio dos sintomas. Confesso que fiquei assustada: li a bula e vi que um dos efeitos secundários possíveis é aumento de apetite e de peso. Ora bolas...

Estratégias para a menopausa segundo a Dra Mary Claire Haver

  • 🥗 Apostar numa dieta anti-inflamatória

  • 🛌 Melhorar a qualidade do sono

  • 🧘‍♀️ Reduzir o stress com práticas de relaxamento

  • 🚶‍♀️ Fazer exercício adaptado (como yoga, pilates, caminhadas)

  • 🥑 Priorizar proteínas magras, gorduras saudáveis e probióticos

  • 🕘 Incluir jejum intermitente de forma equilibrada

  • 💊 Avaliar a necessidade de suplementação (ómega 3, vitamina D, creatina)

  • 🌞 Tomar sol com moderação para estimular vitamina D

Próximos passos e objetivo: ir ao meu ritmo

Tenho consulta com o nutricionista para a semana e, honestamente, não sei se ele vai ficar muito satisfeito com os resultados em termos de gordura corporal. Mas vou com calma. Não posso deixar que o stress me aumente o cortisol e me empurre ainda mais para a comida. A passo de caracol, sim. Mas sempre a avançar.

ADD ON: vitamina C, sol e mar — terapia de feriado

Este feriado aproveitei para apostar numa suplementação mais reforçada de vitamina C — e naquilo a que chamo de vitamina M: Mar. Mal vi o sol, fui até à Costa. Mergulhos, praia, sal e sol — com protetor, claro.

O fato de banho e o biquíni já não assentam como antes, mas decidi ignorar as vozes interiores e simplesmente relaxar e aproveitar.

Soube mesmo bem.

Rita Machado sempre teve a comunicação como eixo central – no jornalismo, em agência e na estratégia para clientes. Gosta de conectar pessoas e criar conteúdos. Foi mãe tarde, depois de muitos anos a viajar e divertir-se. Agora, com mais de 50 e na perimenopausa, enfrenta outro grande desafio. Como na maternidade, nunca mais se é a mesma. Mas não baixa os braços: quer envelhecer bem, manter o corpo funcional e aproveitar esta fase da melhor forma.