Só sou eu ou estamos todos a sentir imensa falta de um sorriso? Eu gosto mesmo de sorrir, ativa qualquer coisa em mim e me faz acreditar que tudo está bem ou vai ficar bem. Na minha adolescência, eu desenhava um "smiley face" por todos os lados, e até tinha um tapete enorme, redondo, amarelo e com um sorriso no meu quarto. Para a minha sorte, eu tenho um sorriso grande e, modéstia à parte, bonito.
Cresci a adorar os dentes, os meus e os dos outros. Meus pais sempre me incentivaram a cuidar da higiene oral e eu poderia não gostar de outras coisas, mas de escovar os dentes eu adorava. Um dos maiores créditos dou ao meu tio, que era o meu dentista. Ele sempre fez o acto de perder dentes um espetáculo de mágica e fascinava-me como eu só abria a boca e ele instantaneamente mostrava-me o meu dente mole nas suas mãos. Como era possível? Era tão divertido.
Mesmo depois de adulta, a diversão mudou, mas manteve-se lá. O meu tio saiu do consultório onde passei boa parte da infância e passei a ser cuidada pela minha melhor amiga, que virou dentista. Ou seja, como não amar cuidar dos dentes?
Além de todo o apelo emocional, crescer no Brasil oferece um reforço no ideal estético odontológico. Já reparou que toda a gente nas novelas tem um sorriso impecável? E isso se estende aos apresentadores de programas de TV e telejornais. De Juliana Paes a Taís Araújo e Reynaldo Gianecchini, temos uma boa representatividade no que diz respeito aos dentes.
Da mesma forma que observamos o fenómeno das cirurgias plásticas no Brasil, os procedimentos estéticos orais não ficam muito atrás. E é compreensível. Um sorriso bonito tem um impacto gigante. Quem não se choca ao ver o antes e o depois de Cristiano Ronaldo?
Mas como tudo relacionado com procedimentos estéticos, há sempre novidades, desde o clareamento até à redução do diastema (o espaço entre os dentes), passando pelas lentes de contacto dentais, chamadas de facetas de porcelana ultrafinas – que alteraram o visual do futebolista Neymar Jr., por exemplo. Essas películas são coladas na parte frontal dos dentes e, além de branquearem, consertam provisoriamente pequenas deformidades.
Um facto curioso que adveio da pandemia, o uso constante de máscara protetora na boca e o distanciamento social, incentivaram algumas pessoas a finalmente iniciarem procedimentos de longo prazo, como o uso de aparelhos dentários fixos. E cada vez mais marcas de corretores odontológicos invisíveis registam crescimento.
Mesmo que decida consertar ou clarear os dentes, o mais importante é buscar um resultado mais natural e harmonioso com o seu rosto. Num clareamento, por exemplo, as grandes moléculas de pigmento – responsáveis pelo tom amarelado nos dentes – são removidas e a cor dos dentes volta ao habitual. Tente manter o tom branco de antes e não um extremamente claro.
Vale ressaltar que quem tem dente branco, branco mesmo, só é criança, porque no caso delas possuem muito esmalte e pouca dentina (a camada imediatamente abaixo do esmalte do dente). Adultos não têm dentes extremamente brancos por natureza.
Por isso, não, nunca vão me ler ou ouvir a recomendar tratamentos caseiros. Lembra da época do boom da pasta de dentes com carvão ativado? Pois é, aquilo visualmente oferece um resultado porque clareia o dente ao desgastá-lo. Portanto, não: sou a favor do dentista e da segurança de um profissional que indica a melhor coisa que posso e devo fazer.
Comentários