Por entre os pontos negros, há possibilidade de borbulhas acompanhadas de cicatrizes. É o acne, a doença que espoleta na adolescência e que se pode prolongar pela vida adulta. Uma das principais causas é a obstrução dos folículos capilares (comedão) que dá início, na maior parte dos casos, a um processo inflamatório. A genética, a má alimentação, o tabagismo e a falta de cuidados com a pele contribuem para o aparecimento de pontos negros, borbulhas e, posteriormente, cicatrizes.

Associado ao acne está a ansiedade, a diminuição da autoestima e, por vezes, nos casos mais graves, a depressão e pensamentos de suicídio. Capaz de causar desconforto a nível físico e psicológico, o acne tem vindo a ser, durante vários anos, estigmatizado tanto por parte da sociedade, como por parte da indústria da beleza. Através da base e do corretor, tenta-se de tudo: disfarçar-se pontos negros, tapar-se borbulhas e esconder-se cicatrizes. Tudo isto com a ajuda de pincéis e beauty blenders.

Mas há quem assuma o acne. Há quem não esteja nem para aí para os comentários alheios. Há quem tenha orgulho nas suas (im)perfeições e afins. Desde o #freethepimple, movimento que assume as borbulhas sem pudor, ao projeto do fotógrafo Peter Devito destinado a capturar pessoas com acne a sorrir, são várias as fotografias que nos chegam via Instagram de quem ama a sua pele tal e qual como ela é. Sem tirar nem pôr. Com mais ou menos borbulhas, a fazer ou não tratamento, a usar ou não maquilhagem, quem está por detrás destas partilhas aceita o acne sem o rótulo da vergonha. É como se ele tivesse voz própria: “Olá. Faço parte de ti. E sou normal.” É um declaração de amor com um só destinatário: a pele. Percorra a galeria e fique a saber do que falamos.