Que soluções existem então para hidratação, que sejam mais amigas do ambiente?

Se têm estado atentos à rubrica #DoZero, tenho a certeza que já pensaram, pelo menos, que as opções sólidas podem ser mais interessantes a nível de impacto no transporte (acontece o mesmo com os champôs, não é verdade?). Mas há mais 3 fatores, para além da consistência sólida dos produtos, que podemos analisar em prol da sustentabilidade, quando escolhemos um hidratante: verificar opções a granel, escolher marcas com compromissos ambientais claros ou apostar em marcas que efetivamente reciclam as suas embalagens.

Vejamos cada uma destas 3 opções com mais detalhe.

Hidratantes sólidos:

Já conhecemos a existência de sabonetes para o banho e de champôs sólidos. Mas também existem hidratantes sólidos, que vão derretendo suavemente em contacto com a pele! Aliás, existem mesmo já óleos em barra, com um poder nutritivo muito concentrado.

As vantagens, semelhantes às dos sabonetes e champôs em barra, são ocuparem menos espaço (onde cabe uma embalagem de hidratante corporal em creme, cabem quatro ou cinco de creme corporal em barra), o que faz com que o armazenamento e transporte sejam mais eficientes (num camião, ficam a caber quatro a cinco vezes mais produto, o que se traduz num impacto ambiental do transporte, quatro a cinco vezes inferior).

Os hidratantes em barra ainda não são tão conhecidos como os champôs sólidos, pelo que poderá ser mais difícil encontrá-los. Ainda assim, encontram-se opções interessantes na Lush, ou em marcas mais pequenas, como as portuguesas Terra (saboaria artesanal) ou a Caramela Biocosmética.

Hidratantes a granel:

Algumas marcas já conseguem ter produtos de hidratação disponíveis a granel. Nem sempre é fácil garantir segurança e preservação das fórmulas no granel, daí ainda ser uma opção pouco adotada. No entanto, temos a sorte de, em Portugal, termos a Unii Organic, que vende a granel na sua loja de Alvalade, ou nas lojas Maria Granel, em Campo de Ourique e Alvalade. Também a veterana Benamor permite refill dos hidratantes corporais (e sabonetes líquidos) na sua loja do LxFactory.

Hidratantes produzidos por marcas responsáveis:

Nem só de embalagens (ou de poupança nas mesmas) vive a sustentabilidade. Assim, tão importante como ter atenção à eficiência no transporte e embalagem, é analisar bem as marcas onde compramos o nosso hidratante. Pesquisas rápidas pelos sites oficiais das marcas, permitem-nos perceber se existem compromisso com a sustentabilidade (ambiental e social) de cada marca. Marcas como Nuxe, UpCircle, Klorane, Lush, Clarins, entre muitas outras, são marcas bem conhecidas, que escolhem trabalhar com fornecedores, ingredientes e produtos numa ótica de responsabilidade e que decidem alocar parte do seu lucro a projetos que impactam verdadeiramente o mundo em que vivemos.

Hidratantes em embalagens efetivamente recicláveis ou reutilizáveis:

Algumas marcas, como a Lush ou a Unii Organic, permitem que os clientes devolvam as suas embalagens. Os famosos potes plásticos pretos da Lush, por exemplo, são feitos de plástico reciclado de outros copos previamente entregues pelos clientes, numa verdadeira lógica de reciclagem e circularidade. Basta entregar o pote na loja mais perto de si, que a marca encarrega-se de enviar para a central de reciclagem na Croácia, onde potes antigos dão origem a novos potes. Já a Unii, compromete-se a dar uma nova vida, em testes de fábrica, às embalagens que os clientes devolverem (que, por terem tantos produtos sólidos ou a granel, são desde já mais reduzidas do que numa marca convencional).

Começam a existir cada vez mais opções para tornarmos a nossa rotina de beleza mais responsável. Cabe-nos a nós decidir. Onde vamos colocar o nosso voto através da compra?

Catarina Barreiros formou-se em Arquitetura, foi stylist de moda, tirou um Mestrado em Gestão, trabalhou em Marketing Digital e, no meio de voltas e contravoltas, descobriu na sustentabilidade a base da sua vida, primeiro privada e depois profissional. No projeto "Do Zero", explora a temática a fundo e encontra respostas para perguntas que não sabia existirem... será que precisamos mesmo de usar papel higiénico?