Se participas regularmente em aulas de yoga, por certo já te terá sido pedido que definas a tua intenção para a prática – o teu sankalpa.
Sankalpa deriva do sânscrito, em que San significa uma ideia que nasce do coração e Kalpa significa voto solene. O sankalpa deve ser formulado como uma frase curta, afirmativa e no presente, exprimindo uma realidade que procuras alcançar. Uma simples declaração que vive no presente. Ao afirmar o sankalpa no presente, estamos a conferir-lhe mais poder, pois no presente essa intenção já se está a manifestar.
Como chegar ao teu sankalpa? O ponto de partida é saberes que ao estabelecer uma intenção, estás a estabelecer um foco e um fio condutor para a tua prática, foco esse que está relacionado com algo que pretendes alcançar para ti mesma. O passo seguinte é escolher um tema, que pode ser físico, emocional, espiritual e/ou filosófico. Transforma esse tema numa afirmação, que será a afirmação à qual irás voltar durante toda a prática e, talvez, levar contigo para fora do tapete. Lembra-te: deve ser uma afirmação: simples e concisa, positiva e formulada no presente.
Ao longo da prática, podes voltar continuamente ao teu sankalpa de várias formas, nomeadamente:
- Como é que a tua intenção se exprime fisicamente em cada asana?
- Como podes incorporar a tua intenção na tua respiração?
Apesar de podermos partir do que não queremos para formular aquilo que queremos, o teu sankalpa deve sempre ser formulado numa perspetiva positiva. Por exemplo, em vez de “quero ser menos ansiosa”, a tua intenção poderá ser “Estou em paz”. Ao afirmar positivamente, estamos desde logo a manifestar a concretização da intenção. Por outro lado, definir um Sankalpa ajuda-nos a conectar a uma visão mais ampla e a afastar-nos de respostas mais egocêntricas aos desafios do dia-a-dia (e da prática).
Para inspiração, deixo alguns exemplos mais ou menos populares de afirmações que poderiam estar na base de um Sankalpa:
- Sou Amor Incondicional
- Sou Paz
- Alegria é a minha verdadeira natureza
- Vivo em bondade
- Irradio positivismo.
Mas se a elaboração de frases ou afirmações não são o teu forte, podes sempre criar uma imagem mental daquilo que pretendes alcançar, ou de como te visualizas, e fazer dessa imagem o teu sankalpa.
O processo de descoberta do sankalpa é, normalmente, muito intuitivo. É algo que já reside em ti. Mas para o encontrares, é importante que abandones o pensamento excessivo e cries espaço mental para, simplesmente, SER e ESTAR. Para isso, a prática diária de meditação é essencial.
De acordo com a professora e investigadora Kelly McGonigal, “Sankalpa é uma declaração que podes invocar para te relembrar da tua verdadeira natureza e orientar as tuas escolhas. Descobrir o teu sankalpa é um processo de escuta. O teu desejo sincero já lá está, só à espera de ser visto, escutado e sentido. Não é algo que precises construir, e a tua mente não precisa de ir numa busca desenfreada pelo mesmo”.
Como em tudo, definir o teu Sankalpa também requer prática e consistência.
Para fechar, transcrevo uma frase que li no chopra.com a propósito do tema, e que me fez muito sentido: “Without your intentions, however grand or small, you will have no clear direction for your actions; without your actions, your intentions will be wisps of clouds in the sky. May your intentions and your actions be aligned with the greatest good for yourself and the world” .
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