Desde que comecei a cuidar mais do meu cabelo, quando aceitei os factos e assumi que precisava de ajuda, passei a estar mais atento ao mercado e às soluções que existem para quem perdeu cabelo. De repente, abriu-se um novo mundo de possibilidades e existem opções para ganhar esse cabelo perdido, desde as mais suaves até às mais interventivas.

Um champô ou umas ampolas tópicas, com princípios activos estimulantes e regeneradores, podem ser uma boa ideia, mas também podem ser inócuos se a queda de cabelo for consequência de má assimilação de certos nutrientes ou derivada de questões genéticas ou alguma disfunção hormonal.

Ou damos ao organismo a capacidade de fazer nascer cabelos, ou então mais vale arrancar o que sobra com uma pinça. Caso optem por esta solução, sugiro preencher os pontos vazios de cabelo com uma tatuagem. A técnica chama-se micropigmentação e, para nós homens, pode ser bastante prática, pois basta passar a rapar o cabelo que ainda cresce (esqueçam a pinça), uma vez que o resto está preenchido com pontos tatuados e que imitam na perfeição o cabelo rapado.

#ÁguaPelaBarba: só é careca quem quer

Em termos estéticos e visuais, esta opção pressupõe renunciar ao crescimento do cabelo. Portanto, significa decidir se queremos assumir o careca tal como ele é, ou se mesmo assim preferimos um careca com densidade capilar. No entanto, se visualmente continuamos a querer exibi-lo, sugiro a utilização de fibras capilares (é um pó que por ilusão óptica simula a existência de cabelo onde não há) ou então de 'toppers'.

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Enquanto o primeiro (acima) funciona para disfarçar pequenas áreas, o segundo (imagens abaixo), também chamado 'sistemas capilares', utiliza-se quando pretendemos algo mais realista e se a área afectada for maior. Neste caso, existem várias formas de aplicar, com cola ou com uns ganchos invisíveis, depende de caso para caso.

#ÁguaPelaBarba: só é careca quem quer
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A situação ideal é o nosso corpo estar em pleno funcionamento bioquímico e produzir o seu próprio cabelo, não é verdade? Convém verificar se não existem carências nutricionais, pois sem ferro, vitamina B12 e B6, o organismo torna-se preguiçoso para fazer nascer novo cabelo. Estando estas carências supridas, os outros tratamentos mais invasivos, e que exigem maior disponibilidade financeira, têm maiores probabilidades de êxito.

O meu conselho é procurar um lugar onde se faça um diagnóstico prévio para poder detectar a razão pela qual se deu a queda de cabelo. O tricologista Ricardo Vila Nova é uma das únicas três pessoas no mundo inteiro a fazer a análise do ADN do cabelo, com a qual consegue despistar em que medida a genética, a absorção (ou não) de nutrientes, o equilíbrio hormonal ou a toxicidade, podem influenciar o metabolismo do cabelo, desde a grossura do fio, passando pela sua elasticidade, até ao funcionamento dos folículos e a capacidade de produção de novo cabelo.

Desta maneira, escusamos de andar a perder tempo e dinheiro em tratamentos que seriam um tiro no escuro, a não ser que se parta logo para o transplante e, mesmo assim, este procedimento não impede o restante cabelo de também cair.

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Com o acompanhamento adequado, já podemos partir para procedimentos mais clínicos, como a mesoterapia, que consiste em injeções no couro cabeludo de compostos que vão alimentar e estimular os folículos e fazer nascer mais cabelo. Neste "departamento" dos injectáveis, ainda há outro procedimento curioso: o PRP, onde se utilizam os factores de crescimento da própria pessoa para que estes promovam a regeneração celular e despertem a formação de cabelo. É extraída uma amostra de sangue, do qual, por centrifugação, se separa o plasma que será injectado no escalpe. É um procedimento que também pode ser usado na cara e é conhecido como o 'vampire facial' – já falei dele aqui, quando escrevi sobre o grande potencial científico e cosmético das stem cells, recordam-se?

Ainda sobre agulhas, há outra técnica utilizada que é o micro needling. Ao passar um rolo de pequenas agulhas de 1 mm no couro cabeludo, está a criar-se uma agressão na epiderme, que a fará regenerar-se. O próprio organismo cria o seu dispositivo de renovação, onde todos os tecidos e células se recuperam. Além disso, e uma vez que se criaram microperfurações na pele, este procedimento conclui-se colocando ingredientes que permitirão acelerar todo esse processo de regeneração. Através dessas microperfurações, serão rapidamente assimilados.

E apesar de o verde ser a cor da esperança, ainda há uma luz vermelha no fundo do túnel: nunca neguemos a ciência desconhecida do laser, que no comprimento de onda certo, ao contrário dos outros que depilam e destroem os folículos, chega até eles para os estimular e regenerar. Feito com alguma frequência, terá resultados a longo prazo.

E com isto, aprendamos a lição: folículo estimulado, cabelo ganho!

Bruno Reis, colaborador da Miranda, é o fundador e diretor criativo da Teeorema, marca de T-shirts de luxo.