Consultas de anti-ageing são aquele tipo de consultas que não são precisas para nada. Chegamos, sentamo-nos, o doutor pergunta como estamos e nós dizemos que estamos bem. Ele depois avalia os resultados das trinta e duas análises que nos passou e dá-nos os parabéns. E sentimo-nos até um pouco mal por não haver assim uma pontinha de colesterol por onde pegar. Ou de insulina. Que talvez precise de ser revista. Mas não, a insulina até melhorou bastante. Foi assim a última consulta a que fui.
Isto é o resultado cumulativo de muitos anos a perpetrar os mesmos hábitos: dormir bem, comer muitos vegetais, não fumar, não beber álcool, treinar todos os dias, beber muita água, evitar açúcar, não esquecer a proteína, entre outros. Eu sei que sou o cúmulo do estilo de vida saudável. Mas sou realmente feliz assim. Não sinto que me esteja a restringir de algo ou que a minha vida seja aborrecida. Eu realmente adoro acordar cedo e cuidar de mim. O resto do dia é dedicado aos outros e a entrega é muito maior, pois já tenho supridas as minha necessidades primeiras. Todos os outros hábitos saudáveis também me empoderam, não só espiritualmente, pelo facto de saber que os pratico, mas também na prática: sinto-me efectivamente alguém cheio de energia.
E é aqui que começa a razão de ter procurado estas consultas de anti-ageing. Se por um lado me sinto óptimo, por outro lado questiono-me se estou a fazer mesmo tudo o que posso para estar no melhor de mim. E se já estou no melhor de mim, pergunto-me até quando será assim, visto o envelhecimento ser algo que acontece a todos.
Todos sabemos que os hábitos saudáveis, além do equilíbrio físico e mental que proporcionam, também desaceleram o processo degenerativo. E além de tudo aquilo que já está escrito, que já é parte do senso comum, o que é que eu ainda não sei, o que é que a Ciência está a desenvolver neste momento?
Quando fiz 40 anos, fui à minha primeira consulta. O médico falou-me da importância da massa muscular para a mobilidade e, logo, para a longevidade. Nunca tinha pensado nessa relação e, de facto, faz todo o sentido. Incentivou-me a aumentar a massa muscular e para isso receitou-me um composto de aminoácidos para tomar todos os dias. Além disso, receitou-me também vitamina D, que é importante para reforçar a imunidade, e magnésio, que mantém os níveis de energia altos. É algo que ele receita sempre, independentemente de qualquer resultado de análises.
E foi nesta primeira consulta que também me foram passadas as trinta e duas análises ao sangue, que na consulta seguinte detectaram alguma deficiência da hormona DHEA, embora dentro dos valores de referência. É a hormona responsável pela produção de testosterona e estrogénio, e trazê-la para um nível optimizado irá também melhorar a aparência da pele, por induzir a produção de colagénio, mas também da massa muscular, por exemplo. Yes, please!
Faz parte do processo de envelhecimento o desequilíbrio hormonal. É algo que no caso das mulheres é uma transformação muito drástica e no caso dos homens, embora mais suave, também afecta a aparência, a condição física e cognitiva.
Viram o espectáculo da J.Lo no Super Bowl de 2020? Ela, aos 50 anos, fez uma pole dance que envergonharia muitos jovens de 20. Se aquilo não é resultado de um bom acompanhamento de reposição hormonal, então não sei o que é. Foi o incentivo que precisei para ir ler e pesquisar sobre o tema e depois começar estas consultas, que não sendo precisas para nada, até servem para alguma coisa: quanto mais não seja, para que aos 50 anos esteja ainda pleno, a dar um espectáculo em frente de milhões de espectadores.
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