Devem concordar comigo que este título não soaria bem em português. Aqueles que assistiram ao 'The Matrix' no cinema conhecem o peso das palavras de Morpheus quando dá a Neo a possibilidade de escolher entre o comprimido vermelho e o comprimido azul. De um lado está a verdade absoluta e dolorosa; do outro, a ignorância abençoada e sedativa. O telespectador sente-se ele também na obrigação de tomar uma decisão e escolher entre ser feliz e cego ou ser possuidor da grande verdade, a mesma verdade que carrega o fardo da omnipotência, do poder sobre nós mesmos, primeiro que tudo.

Tal como o Neo, todos os dias sinto que também me é dado a escolher entre o comprimido da juventude eterna, conquistada, e o comprimido da beleza natural, desmazelada.

Há línguas que defendem o charme de um rosto sem botox, cheio de marcas da idade, e de um corpo deformado pelo desgaste do tempo. Já eu sempre defendi levantar-me da cama para ir trabalhar e procurar o conhecimento que me tornará o ser humano que vive em pleno a sua juventude.

#ÁguaPelaBarba: guia básico dos cremes 
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Ainda na altura em que não me era possível fazer investimentos em cremes e tratamentos de beleza, o meu investimento maior foi naquilo que estava ao meu alcance: aos 19 anos tornei-me vegetariano e nos anos seguintes pratiquei yoga. Este saía-me naturalmente, mas o primeiro exigiu aprender a cozinhar só para mim, exigiu ter de ouvir as mesmas centenas de comentários desinformados sobre o assunto, e até ser servido com saladas desenxabidas, de espargos brancos enlatados e cenoura ralada, em muitos restaurantes. Blhac. Depois, foi a altura de me disciplinar a dormir oito horas por dia e a comer melhor e a treinar mais. Mais tarde, criei a rotina de ir todos os anos ao médico para pedir análises.

A cada ano que passa, há uma nova camada a ser adicionada no bolo: não esquecer de tomar a suplementação alimentar; comer a proteína toda; não ingerir gorduras; ter cuidado com a quantidade de hidratos; não falhar um dia no treino físico; levantar mais carga a cada dia; usar os cremes todos os dias; não ter stress; ir ao osteopata endireitar o que estraguei no treino; fazer modulação hormonal; fazer laser na cara; estimular o colagénio; preencher com ácido hialurónico; pôr botox; transplantar cabelo... tanta, mas tanta coisa, que pode chegar a ser avassalador.

Este exercício da jovialidade não tem de ser uma condição de privilégio ou elitismo. É simplesmente uma atitude perante a vida. Uma atitude de escolher viver em pleno, com energia e qualidade de vida. Quanto mais jovem e atraente me sinto, mais conectado estou com o Universo. Não me nego à passagem do Tempo. Ele também passa por mim. Simplesmente passa um pouco mais devagar… não é o que todos queremos? É só tomar o comprimido vermelho!

Além de secretamente estar a construir a sua própria marca de Moda (shhhh...), Bruno Reis é o responsável pelo Marketing e Comunicação de marcas de Beleza. Entre a criatividade e a estratégia, já foi actor, professor de yoga, gestor de redes sociais, fotógrafo e director de casting.