Fiz a experiência de tirar a barba durante um longo período de tempo. Achei que não ia aguentar um mês, mas fui tendo elogios que se adicionaram a mais elogios e, quando fui ver, tornara-me num novo homem. O velho Bruno não iria reaparecer tão brevemente.
O ano de 2023 foi rico em tratamentos de rosto, tanto pelas mãos do Dr. Bernardo Pimentel, como pelas da Inês Rebelo. Reuniram-se as condições ideais quando cortei a barba para desfrutar do tratamento cosmético de um, e tive de mantê-la cortada mais uma semana para desfrutar do tratamento a laser do outro.
Uma semana obrigado a manter a cara de bebé foi fulcral para fazer as pazes comigo mesmo e aceitar as reações positivas daqueles com quem me cruzei. Assim de repente, um Bruno sem barba é um Bruno deslocado e perdido. Um desconhecido do passado que me tira o discernimento de entender o significado do seu próprio reflexo no espelho. Mas o processo da aceitação desta imagem ocorreu da mesma maneira que abracei o Bruno com barba, há 15 anos: com o reconhecimento e a aclamação daqueles que me são mais próximos. Os "likes" no Instagram também ajudaram, vá, confesso.
A partir daqui, foi viver uma nova atitude perante a vida, imbuir-me de uma personalidade fresca e gozar do sentimento de jovialidade emprestado pela nova imagem. Rejuvenesci. Aos olhos de toda a gente, eu tornara-me mais novo.
Mas ter um terço do meu rosto exposto outra vez também me deu a consciência de que a minha pele não é a mesma de há 15 anos. Já sinto menos elasticidade e debaixo do queixo descubro o começo – ainda que subtil – de uma papada (gritos internos!).
Se, por um lado, as evidências da idade estão a descoberto, por outro ainda bem que tenho mais “terreno” a descoberto para as mãos da Inês e do Dr. Bernardo cumprirem os seus milagres. Na última consulta com o médico dermatologista da Avenue Clinic, experimentei o laser Frax, um laser que provoca a estimulação do colagénio desde as camadas mais profundas da pele, até às mais superficiais, melhorando a textura e a tonicidade. A pele não caiu como aconteceu com o laser Fotona e, no final do dia seguinte, a vermelhidão já tinha passado por completo.
Afinal, um ano sem barba também está a ser um ano para recuperar o colagénio perdido e começo a acreditar que nunca houve um Bruno com barba e um Bruno sem barba. Afinal, serei sempre o rapaz que consegue os mesmos “likes” no Instagram, independentemente da carga pilosa que lhe preenche o rosto. E serei o mesmo rapaz quando não haver mais colagénio? Vou deixar a resposta a esta questão para daqui a 30 anos. Até lá, a gente puxa por todo o colagénio que for possível!
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