Nos anos 90, a imagem do homem Calvin Klein viril e musculado monopolizava a ideia que se fazia de um homem perfeito. Bastou-me olhar ao espelho para perceber que aquele ideal grego estava longe do meu alcance, mesmo quando decidi começar usar os boxers da marca americana. Ficava só ridículo.

Mas chegou o terceiro milénio e vimos as carinhas de anjo do Jared Leto e do Adam Levine a abrirem portas a um novo tipo de beleza. Depois disso, agora nos anos 20, também os magros conseguem ser hot e sexy, a começar pelo Timothée Chalamet. Ou não é verdade? Magros, mas não menos masculinos e viris.

Ok, nos anos 90 também havia o Leonardo-DiCaprio-carinha-de-anjo-magro masculino e viril. O River Phoenix também entrava neste catálogo. Mas na altura não havia internet nem redes sociais e este padrão de beleza vivia tímido cristalizado em Hollywood. Agora não. Agora o beautiful people de Hollywood está à distância de um follow e não é raro cruzarmo-nos com estes magricelas no Instagram e reconhecer o seu magnetismo supremo.

E agora? Deixo a luta e abraço de novo a magreza? Não sou capaz de não gostar destes “magrifellas” que se exibem sem qualquer parcimónia em selfies soberbas que gritam “I’m skinny and i love it!”

Eles são magros, andróginos e nórdicos e é assim que se manifestam:

A começar com o que é nacional temos o Birkin Boy. O misterioso it boy (que nunca mostra a cara) vive entre o Porto e Paris e este look que vemos é um dos meus eleitos. Gosto especialmente das unhas pintadas de negro.

Ainda por terras lusas, temos o queixo esculpido do Illia. A primeira vez que o vi foi num casting coordenado por mim e todo aquele swag que vemos na conta de instagram também o trouxe com ele.

Tão magro como o Illia é o Neels Visser, este modelo americano, e os dois provam que a magreza não tem de ser esquelética. Pode ser musculada e estar bem de saúde. Com esta cara, também podiam ser gordos, que estariam sempre muito bem, não é verdade?

O Lucky Blue Smith esteve no Dubai há pouco tempo com o Neels Visser no GQ Men of the Year e deu para ver o quão mais alto é, o que me deixou de queixo caído. Tem 1,91m e o outro “apenas” 1,83m. Pasmem-se.

O Troye cativou-me desde o videoclipe em que cantava o My My My! A maneira como dançava era de quem sabia que tem um lugar cativo lá no céu das rock stars, que é como quem diz dos eternamente belos.

Parece uma mulher, mas não é. O Jordan Barret já foi associado a festa da grossa durante 3 dias seguidos, mas como já falei aqui antes, perdoamos sempre estes desvios a quem nos honra com o dom de uma cara linda. Talvez não seja coincidência que a agência dele seja a da Kate Moss...

O Manu Rios foi uma surpresa quando descobri a influência que tem em Espanha. É o influencer masculino com mais influência nas áreas da Moda e Beleza. Alguém já tinha ouvido falar nele?

Olho para o Biel e deixo de ter a vergonha que tive todas as vezes que me confundiram com uma mulher quando tinha 18 anos e cabelo comprido. Afinal, parecer frágil pode ser a maior força de alguém...

Para sempre adolescente. O George nitidamente ainda caminha para a idade adulta. E caminhar para a idade adulta pode ser o modus vivendu de todos nós uma vida inteira. Já estamos a deixar o território dos magricelas, mas continuamos no continente da fragilidade e da delicadeza cheias de power.

Bruno Reis, colaborador da Miranda, é o fundador e diretorcriativo da Teeorema, marca de luxo de T-shirts.