Quem já entrou no atelier dos Manéis aka Alves/Gonçalves, já se deparou com as obras do artista David Rosado. Foi aí que o meu espanto se acendeu quando vi as paredes cheias de referências aos desenhos animados da minha infância, aos logótipos do mundo moderno da globalização, aos jogos de vídeo dos anos 90, à bandas desenhadas e aos filmes clássicos americanos, completamente desconstruídos, a co-habitarem num universo adulto de inocência perdida.

Afinal era nestas paredes que eles têm andado estes anos todos, como aqueles colegas do infantário que nunca mais vimos e que seguiram a vida deles. Também levaram porrada dos colegas da escola, experimentaram cigarros aos 15 anos, beberam e embebedaram-se aos 19, tiveram os seus amores, desamores e dissabores depois disso, mudaram de emprego algumas vezes, caíram e levantaram-se. Vieram todos aqui parar a estas paredes e podemos ser amigos novamente, recuperar o tempo perdido.

Ter esta experiência visual a apelar às minhas memórias mais recônditas não é todos os dias. Tive uma grande trip sem ter consumido um único ácido. Coincidiu com a fase em que assumi a minha criatividade visual, em que comecei a fotografar e a expor o meu trabalho, queria muito alimentar a minha vista e aproximar-me de todas as formas de arte que admirava. Passei a seguir o trabalho do David, a ir às exposições e a conversar com ele. Admiro-lhe a paixão com que fala do trabalho e basta isso para ter a minha vénia. Que prazer admirarmos alguém que se envolve tanto com o trabalho e que o desempenha de forma tão virtuosa!

E conhecer o David também é parte da experiência de apreciar a sua obra. É surpreendente aperceber-nos que afinal todas aquelas telas cheias de referências e símbolos pop coloridos encadeados aleatoriamente obedecem afinal a um regulamento metódico e a uma ordem programada por ele, na sua disciplina improvável de artista.

Este processo organizado, lógico e sistemático que adopta na sua arte é o mesmo que aplica no treino físico. Sempre foi educado com firmeza e rigor pelo pai militar e foi essa compostura que também teve de cumprir no cuidado com a saúde quando teve um AVC aos 29 anos (os 29 anos do David não foram no ano passado, ele tem 43 anos, pasmem-se!) e foi a partir daí que muitos hábitos mudaram na sua vida. Além de ter começado a comer melhor, a actividade física passou a ser uma rotina. Em Évora, de onde é natural, começou no Karaté, mas 5 anos depois mudou-se para Lisboa e trocou os pés descalços pelos ténis de corrida. Deixa tudo o que está a fazer no atelier às 18h30 e às 19h já está em passo acelerado a desbravar alcatrão com a Correr Lisboa. Mas se as pernas lhe dão luta de terça a quinta, nos outros dias são os braços que ele põe a mexer, quando faz kickboxing no Kolmachine. E foi assim que perdeu 18Kg. Passou dos 83 para os 65kg.

A pele imaculada de fazer inveja é o resultado das manias da mãe de o besuntar com cremes para a pele seca e sensível, desde criança. Ficou o hábito e hoje não dispensa a Lab Series para uma manutenção básica. É o The Grooming Oil para se barbear, é o All-in-One Face Treatment para acalmar, reparar e hidratar a pele do rosto e é o Future Rescue Repair Serum para reforçar a acção reparadora. Só podia dar bons resultados toda esta amálgama, não é? Basta olhar para ele!

Aquilo que o David nos dá em imagens, o Universo retribui-lhe em cheiros. Fortes, intensos e amadeirados. É fã da linha Essenze do Ermenegildo Zegna. O Sicilian Mandarin, o Indonesian Oud, o Florentine Iris e o Mediterranean Neroli são os seus eleitos.

#ÁguaPelaBarba: os segredos dos meus amigos (de beleza e não só). David, a desordem em ordem
Tangerina da Sicília, eau de toilette, coleção Essenze, € 235, Ermenegildo Zegna.

São estas fragâncias que nos abrem a cortina e dão um “cheirinho” de onde lhe vem a “inspiração” criativa. É que os desenhos animados a cheirar a açúcar, flores e frutas ficaram lá no passado. Tornaram-se uns bad ass boys, andam de Harley Davidson e saem à noite, perdem-se nas ruas e nos becos dos bairros industriais de Gotham City, snifam coca e frequentam os clubes nocturnos underground, nas paredes dos Alves/Gonçalves.

Bruno Reis, colaborador da Miranda, é o fundador e director criativo da Teeorema, marca de luxo de t-shirts.

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