Há uma nova marca de vestuário masculino made in Portugal que está a conquistar os fãs de peças diferentes e atrevidas. Da autoria do nosso #RealFluencer Bruno Reis, Prothabitau tem os essenciais que dão um toque de irreverência a qualquer look.

Das calças às camisas e até saias, podemos encontrar ainda acessórios. Do sonho à realidade, não há ninguém melhor para contar a história de Prothabitau do que o seu fundador. Numa conversa exclusiva à Miranda, Bruno Reis revela como criou a marca e onde a quer levar.

O que te levou a criar a Prothabitau?

Há alguns anos lancei uma marca de Tshirts, onde o foco estava apenas no produto, mas entretanto senti necessidade de criar algo que contasse a minha própria história, elevando também o desafio criativo a outro patamar de maior complexidade. Apercebi-me que o meu estilo pessoal já revelava uma parte de quem eu sou e que só faltava completar com elementos que eu mesmo teria de procurar e criar.

A criatividade faz parte da minha personalidade desde que me conheço. E a moda tem sido uma linguagem criativa que eu acompanho desde criança também. Acho que a moda é uma arte que toca literalmente nas pessoas e é capaz de veicular mensagens sociais, políticas e verdadeiramente transformadoras.

Prothabitau, a Beleza da nova marca de roupa para homens rebeldes e determinados
Prothabitau, a Beleza da nova marca de roupa para homens rebeldes e determinados Francisco Freitas
Que nome peculiar! O que significa?

PROT - protagonista

HABIT - peça de roupa (em francês)

TAU - T grego - símbolo de vida e de perfeição

Como descreves a marca?

Prothabitau é uma marca que conta uma história que se intercruza em quatro polos: o rico, o pobre, o masculino e o feminino. É provocadora, mas também séria.

O que ela oferece?

Oferece roupa para homem. A proposta é vestir um homem discreto, mas que também seja rebelde e determinado. Pode vestir uma saia, usar pérolas que não se sentirá menos homem por isso. Pode vestir um tank top, uma tshirt rasgada, que não se sentirá mais pobre por isso. Nesta primeira colecção, foi usado tweed, rendas e também flores. Além de roupa, também oferece acessórios — cintos, malas, colares, porta-chaves, pulseiras.

E o que tem de especial?

Cada peça de roupa pretende fazer a diferença em qualquer look, seja uma camisa, umas calças, um blazer ou uma malha. Uma peça Prothabitau é ela mesma uma história.

Prothabitau, a Beleza da nova marca de roupa para homens rebeldes e determinados
Prothabitau, a Beleza da nova marca de roupa para homens rebeldes e determinados Francisco Freitas
A Prothabitau tem alguma relação com a Beleza? Se sim, o quê?

Ao longo dos cinco anos que tenho escrito para a Miranda as crónicas “Água pela Barba” tomei conta que há uma tónica comum. Há um desejo enorme de explorar o universo “cosmético” que socialmente tem pertencido às mulheres e trazê-lo para o mundo masculino. Gostava muito que um homem convencional lesse uma crónica minha e se sentisse impelido a disfarçar as imperfeições da pele com base, a preencher as sobrancelhas com lápis e a usar serum para fazer estimular o crescimento das pestanas. Na moda e na maneira de me vestir, sinto necessidade de falar a mesma linguagem e gostava que um homem convencional que veja a minha colecção, sinta o ímpeto de fazer um laço com a base da camisa, de vestir um casaco florido e de usar uma malha que deixa descobrir o ombro, continuando a sentir-se viril.

Além da Beleza e da Moda, quais as tuas paixões?

A arte é definitivamente uma paixão que atravessa várias linguagens — design, moda, arquitetura, pintura, instalações, mas também música, cinema e literatura.

#ÁguaPelaBarba: pestanudo sem filtro
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Gosto de visitar um museu ou galeria e gosto de entrar em hotéis com bom gosto no design de interiores. E adoro pessoas. O convívio com outro ser humano, acredito que faz de mim uma pessoa melhor. Faz-me descobrir quem eu sou e procurar desenvolver novas aptidões. Se puder juntar os dois, pessoas e arte, melhor!

Por outro lado, fora da esfera artística, sempre me apaixonou o empreendedorismo, pois sempre admirei quem consegue construir algo a partir de pouco. Interessa-me a arte de tornar um produto extremamente apetecível, extremamente desejado. Talvez seja essa a razão pela qual fui parar ao Marketing e à Comunicação.

Conta-nos, pelas tuas palavras, quem é, afinal, o Bruno Reis?

O Bruno nasceu e foi educado numa família com poucos recursos financeiros e culturais. Cresceu num meio onde seguir uma carreira profissional artística ou criativa seria sempre questionada ou incompreendida. De uma maneira que o Bruno, só com 30 e poucos anos, percebeu que poderia tomar essa decisão livremente. Afinal, durante todos esses anos, ele próprio também se retraiu de alguma vez ousar explorar a sua criatividade.

No entanto, “estar preso”, seguir os códigos convencionais, a masculinizarão dos seus trejeitos e da sua aparência também construíram a sua identidade. O mesmo em relação à sua forma de se vestir mais “nobre”. Desde muito cedo que convive com uma maneira de vestir que é tradicionalmente considerada deselegante, do “gueto”. Mas a sua consciência de classe fez com que procurasse revisitar no seu guarda-roupa o clássico e sofisticado, mimetizando o mesmo que veste a classe que sempre teve acesso à cultura.

O Bruno é, portanto, o caldeirão de todas essas referências. No âmbito pessoal, esse caldeirão fez do Bruno alguém que conversa com todo o tipo de pessoas, uma esponja que absorve toda a informação que o circunda, mas que sabe quem é e o que quer. E essa acaba por ser também a linguagem visual da sua marca e da sua primeira colecção.

Pode encontrar todas as peças Prothabitau na galeria Barros & Bernard, na Rua Borges Carneiro, 53, em Lisboa, ou adquiri-las por encomenda. Os acessórios estão prontos para compra na hora.