De tempos em tempos, os padrões de Beleza e de Moda sofrem uma reviravolta e há quase sempre um nome que sobressai nessas mudanças. Consciente ou não disso, Twiggy, nascida a 19 de Setembro de 1949, iniciou uma revolução e redefiniu conceitos de Beleza. Não foi só mais uma modelo que entrou para a  história, ela tornou-se um símbolo ao criar uma imagem que marcou o estilo dos anos 60 até hoje.

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Magra e esguia, não ia ao encontro daquilo que era o modelo de Beleza vigente nos anos 50 e 60: mulheres sensuais e com curvas. Por isso, quando alguém não se encaixa nos padrões, há que mudá-los e foi o que fez Lesley Lawson (nascida Hornby). Em Fevereiro de 1966, na ingenuidade dos seus 16 anos, colocou a cereja no topo do bolo e deu início a “uma grande aventura”, quando substituiu os cabelos volumosos, ondulados e com franja, característicos da década anterior, pelo corte pixie, usado maioritariamente por homens. Na verdade, o que muita gente desconhece é que, quando se dirigiu ao cabeleireiro, aquele corte não era propriamente o que Twiggy tinha em mente: “Fui lá só para lavar o cabelo e fazer um penteado. O cabeleireiro Leonard Lewis viu-me e disse: 'Deixe-me experimentar uma coisa'. Eu tinha deixado o cabelo crescer durante algum tempo. Por momentos, pensei: 'Não sei se quero cortá-lo'. Mas aquele era um salão sofisticado, em Mayfair, e fiquei com vergonha de dizer que não queria, então só concordei com a cabeça”, revelou ao podcast 'Table Manners'. Ainda assim, essa atitude não deixou de ser ousada e alinhava-se com as tendências de uma época em que o feminismo começava a ganhar terreno, o estilo hippie gradualmente a crescer e, surgia, ainda, a questão da liberdade que punha em causa os padrões sociais.

Mas a mudança de paradigma no mundo da Beleza chegou, também, à maquilhagem. O batom vermelho com que Marilyn Monroe tanto nos deliciou, foi guardado na prateleira. O importante era dar primazia aos olhos e Twiggy era perita nisso. O côncavo marcado, o eye-liner e as pestanas postiças, exageradamente longas, davam-lhe um olhar dramático e essa era a imagem de marca da supermodelo. “Levava hora e meia a fazer os olhos. Usava três pares de pestanas postiças na pálpebra superior e costumava pintar as linhas de baixo. Fico surpreendida como é que conseguia abrir os olhos”, disse recentemente em entrevista ao jornal britânico The Guardian. Também era hábito vê-la com as pálpebras pintadas de azul ou roxo. Para não ofuscar os olhos, os batons tendiam mais para o rosa claro ou para os nudes. As sardas começaram a ser mais apreciadas.

Como tudo começou:

A carreira de modelo começou em 1966, aos 16 anos, quando o referido cabeleireiro Leonard Lewis, após cortar-lhe o cabelo, afixou no salão fotos suas. Estas chamaram a atenção de Deirdre McSharry, jornalista de moda do Daily Express, que a entrevistou e noticiou no jornal “O rosto de 1966: a miúda cockney, com um rosto para lan­çar mil tendências… e só tem 16 anos".

A partir daí iniciou-se uma carreira de sucesso. Fez inúmeros desfiles, múltiplas capas para edições da revista Vogue de todos os países, a primeira em 1967 para a Vogue UK, onde explicou a sua alcunha – Twiggy – da alcunha de infância, "twigs" (ramos, galhos finos). Chegou a ter uma Barbie com a sua imagem.

Quatro anos depois, mostrou que não era só a tirar fotografias em frente à câmara que era um ás. As circunstâncias da vida sentaram-na numa mesa para almoçar com o realizador Ken Russell e Twiggy tornou-se na estrela que cantava e dançava no filme 'The Boy Friend' (1971), onde acabou por ganhar dois Globos de Ouro. “Ele tornou-se no meu mentor”, referiu.

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Posteriormente passou pela Broadway e fez, ainda, carreira na música e na TV, como apresentadora do talk-show 'Twiggy’s People' (2000-2003) e como jurada no reality show 'America’s Next Top Model' (2003-2007). Em 2010, criou a própria linha de roupa (Twiggy London), um desejo que pôde riscar da lista.

Com 65 anos foi nomeada embaixadora de produtos de cabelo da L'Oréal, no Reino Unido, provando que os anos vão mas a elegância e a Beleza ficam. No final de 2018, recebeu das mãos da rainha de Inglaterra, Isabel II, a mais alta distinção dada a um civil: o título de Dame, para a distinguir pelos seus feitos.

Aos 70 anos, porque a idade é mesmo só um número, adaptou-se aos tempos modernos e criou o seu podcast 'Tea With Twiggy'. É atualmente embaixadora da Marks & Spencer, para a qual cria designs e peças de roupa.

Hoje em dia, Lesley Lawson opta por sombras esfumadas em tons nudes, um lápis preto ou azul e a máscara de pestanas, que sempre a acompanhou. Quanto aos seus segredos de cuidados de pele, Twiggy confessa que tem a pele muito seca, “por isso, hidratar é o meu mantra, dormir muito bem e beber muita água”, revelou ao jornal Mirror. “Outra coisa maravilhosa para a pele seca são pequenas cápsulas de óleo de vitamina E”, acrescentou.

Na mesma entrevista disse ainda que não usa o protetor solar que deveria: “Não me deito ao sol, mas sei que se deve usar mesmo que esteja só a andar por aí”. A vanguardista apresentou ao mundo um visual completamente novo – andrógino – garantindo assim um lugar na história da Beleza. Ainda hoje bebemos as suas influências, basta olhar para Cara Delevingne, e é por isso que será um ícone ad aeternum. “É como ter uma amiga no meu ombro porque ela nunca vai embora de verdade, aquela carinha. Em todo o mundo está espalhada em bolsas, posters, camisolas”, disse ao Mirror, e tem o seu motivo de ser.

Espreite a galeria e fique a conhecer alguns looks de Beleza da icónica Twiggy:

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