A Couture é terra de sonhos, mas os seus criadores estão cada vez mais com os pés assentes na terra. Mesmo esta sendo uma generalização arriscada, porque claramente depende da Maison que falamos, sentimos que a maioria dos desfiles nos deu inspirações de Beleza de 'trazer por casa', com alguns dos visuais mais descontraídos que temos memória, tanto em maquilhagem quanto em cabelos.
O debate sobre a Alta-Costura se estar a tornar mais terra-a-terra que o Pronto-a-Vestir já começou há algumas estações, e salvo algumas excepções, o Fall 2019 continuará a contribuir para a discussão. Mas qualquer que seja o resultado, a passerelle é sempre um ponto de partida para inspirações e para auscultar o que se está a passar connosco mesmos. Afinal, Moda é comportamento e se tudo está mais 'simples' talvez tenhamos de nos perguntar se não é, afinal, isso que queremos.
A Couture também é um óptimo momento para perceber quais as tendências que se vão destacar na próxima temporada, por isso tome já nota:
- Em Armani Privé, a maquilhadora Linda Cantello inspirou-se nas imagens a preto e branco da marca, repescadas dos anos 90. "É mesmo uma atitude de diva para celebrar a Armani", disse aos jornalistas no backstage. Mas e o que é isto que vemos no topo da cabeça das modelos? Será uma nova versão de um scrunchie?
- Na Chanel, o cabeleireiro Sam McKnight criou low ponytails, partindo da risca ao meio ou ao lado para trazer o cabelo para trás, terminando com um simples 'elástico' preto. A maquilhagem, nas mãos de Lucia Pica, seguiu o mesmo tom natural, com lábios neutros, pele saudável e um cat-eye super fino.
- Schiaparelli é difícil de descrever de tão bonito que foi. É o que acontece quando se junta uma equipa de sonho: a nail artist Marian Newman, a maquilhadora Lucia Pieroni e o cabeleireiro Eugene Souleiman. Tal como a Couture é sobre a arte de criar roupa, eles elevaram os looks ao mesmo nível, naquilo a que podemos chamar a arte da Beleza. Ah, e obrigada por manterem o glitter vivo durante mais uns tempos.
- Na Christian Dior foi a vez do maquilhador e diretor criativo Peter Philips pôr a sua imaginação à prova, com um smoky eye feito sem máscara de pestanas para um efeito mais 'poético' do que 'sexy'. Nos cabelos, Guido Palau criou coques feitos de tranças e cobriu-os com véus de rede negros, para aumentar o efeito dramático.
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