Uma dieta monótona pode parecer inofensiva, mas esconde riscos surpreendentes, entre eles, o enfraquecimento da saúde oral. Menos fruta, menos fibra, menos variedade e mais cáries. A ideia de que “somos o que comemos” ganha uma nova camada de significado quando pensamos na boca como ponto de partida para o resto do corpo. De acordo com a nutricionista Paula Beirão Valente, da Clínica Parque da Cidade, no Porto, a negligência alimentar, especialmente desde a infância, pode ser o início de um ciclo que deixa os dentes (e não só) à mercê de doenças.

Comer todos os dias mais ou menos o mesmo – e quase sempre o mesmo tipo de alimentos – está longe de ser apenas aborrecido. A falta de frutas, legumes e outros alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais pode contribuir para a formação de cáries, a inflamação das gengivas e até a perda de dentes. É um caminho silencioso, mas progressivo.
A especialista alerta que a presença constante de açúcar escondido em molhos, bolachas, refrigerantes e snacks é particularmente nociva, principalmente quando se trata da alimentação das crianças. Nas escolas, parques ou até hospitais, a acessibilidade a estes produtos é muitas vezes maior do que a alimentos protetores como maçãs, cenouras ou nozes.

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Mas os vilões da história não são apenas os doces. O excesso de álcool e de bebidas ácidas, como refrigerantes ou sumos artificiais, também contribui para o desgaste do esmalte e a desmineralização dos dentes. A dica? Beber sempre água após o consumo destes produtos e, claro, escovar os dentes.

A boa notícia é que há muito que podemos fazer à mesa para sorrir com mais saúde. Os alimentos com gordura saudável, como abacate, azeite ou sementes, criam uma barreira protetora. Os ricos em vitamina C, como o kiwi ou o limão, ajudam a cicatrizar as gengivas. Os alimentos fibrosos estimulam a produção de saliva, essencial para manter a boca limpa e equilibrada.

Mais do que estética, a saúde oral está intimamente ligada ao bem-estar geral. Quando negligenciada, pode afetar a autoestima, a alimentação e até a vida social. E tudo começa, ou pode começar, com o que escolhemos pôr no prato.