Já não é a primeira vez que falo de Tina Turner na Miranda. A cantora com as pernas mais famosas da humanidade faleceu a semana passada, aos 83 anos, e deixou com ela um legado incrível de músicas que atravessam gerações.

#ÀFlorDaPele: como melhorar a auto-estima depois dos 40?
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Mas Tina Turner também deixou uma história de superação, de resiliência, e de como as adversidades que encontrou ao longo da vida – foram muitas, desde uma relação tóxica e abusiva, com violência física, até à perda de um filho – serviram para mostrar ao mundo que uma mulher negra, com poucas probabilidades de singrar sozinha no mundo da música, conseguiu atingir o sucesso mundial numa fase já mais tardia da sua vida: depois dos 40. Mas nem por isso desmotivou! Mostrou que a energia, a vitalidade, a alegria e a gratidão pela vida, podem ser um poderoso antídoto de força, de estilo e de beleza.

Deixo-vos com 7 ensinamentos de como podemos seguir-lhe os passos, mesmo que não tenhamos a voz, as pernas (ou ambas), mas queiramos chegar aos 83 anos com a mesma atitude perante a vida.

  1. Tina Turner mantinha uma rotina espiritual diária. Apesar de ter sido educada na igreja evangélica, Tina Turner converteu-se ao budismo, tendo mantido uma prática espiritual diária e constante, como a meditação. Foi através do budismo que dizia ter conseguido dar um objetivo à sua vida e encontrar a força, a explicação e a resiliência para todas as coisas boas e más que lhe aconteciam, e vê-las como um ensinamento e propósito evolutivo – da mais pequena à maior – inclusive no que diz respeito à sua carreira, ajudando-a a superar e a inspirar os outros. Tina era também adepta da entoação de mantras quando se sentia mais nervosa ou ansiosa. No seu livro 'Happiness Becomes You', assumiu que esta abordagem e postura perante a vida a tornou mais calma, moderada e ponderada, e menos reativa.
  2. Uma rotina de sono inabalável. O objetivo? Dez horas de sono. Mesmo quando se deitava tarde, devido a concertos e digressões, a regra era esta: deitar tarde, acordar tarde. Nunca descurando a rotina de que uma boa noite de sono era essencial para a sua vitalidade e bem-estar.
  3. Exercício físico sim, mas dançar supera tudo. O corpo tonificado que Tina Turner sempre teve ao longo da vida – e a elegância com que atravessou a sua velhice – é a prova de que o exercício físico é um dos principais elixires da juventude. Mas se há algo que Tina Turner gostava de fazer era de dançar, e a sua energia em palco – assim como na vida – era inabalável. Para ela, o truque para a prática regular de exercício físico era encontrar algo que realmente gostasse de fazer e nada batia a dança.
  4. Uma dieta variada. Dona de um físico musculado e definido, Tina Turner era muito consciente do que comia e privilegiava comida vegetariana, ou rica em fibras e legumes, mas comia de tudo. Segundo a própria, “passar fome estava fora de questão”. Em entrevista ao Daily Mail, sabia que queria manter-se o mais elegante e em forma possível durante o máximo de tempo possível, mas só se retraía quando notava que o seu peso começava a aumentar na balança.
  5. Tempo na natureza. A viver na Suíça depois de se ter retirado dos concertos e digressões, Tina apreciava o facto de estar em contacto com a natureza, rodeada de montanhas e com vista de lago. Os benefícios do contacto com a natureza são conhecidos, produzindo efeitos comprovados na diminuição das hormonas do stress, redução do ritmo cardíaco e pressão arterial, ajudando a promover uma vida mais duradoura.
  6. Abraçar a idade que se tem. Ser mulher e envelhecer sob o olhar do público sempre presente é das coisas mais difíceis no mundo do espetáculo. Tina Turner sabia-o e, apesar de ter mantido uma silhueta irrepreensível durante largos anos, sempre soube abraçar a idade que tinha, aceitando as mudanças na sua fisionomia com o passar do tempo e criando uma atitude positiva face ao envelhecimento.
  7. Escolher a felicidade. Tina Turner deu-nos, a todos, uma grande lição sobre felicidade. Que a mesma é uma escolha e não uma circunstância. Independentemente da história de cada um, e do que tenhamos passado na vida, a felicidade é o que escolhemos fazer dela, ajudando-nos a honrar cada experiência de vida, seja ela positiva ou negativa. E Tina Turner tinha mais do que uma mão-cheia de situações difíceis que vivenciou, sem as mesmas a terem deixado amargurada ou ressentida com a vida. Se isso ajudou a viver tantos anos, eu, pessoalmente, não tenho dúvidas, mesmo que a ciência ainda não o consiga comprovar. Vamos ver se vivo tantos anos como ela.
Mafalda Santos fez das palavras profissão, tendo passado pelo jornalismo, assessoria de imprensa, marketing e media relations. Acredita em quebrar tabus e na educação para a diferença, temas que aborda duas vezes por mês, na Miranda, em #ÀFlorDaPele.