No anterior artigo, falei sobre os dois primeiros chakras, Chakra da Raiz e Chakra Sacral, ambos considerados chakras físicos ou terrenos. Hoje, falo do terceiro – o do plexo solar (e último dos chakras físicos) – e do quarto chakra, o chakra do coração, que faz a ponte entre os chakras físicos e os espirituais. Serão esses os três últimos de que falarei no próximo artigo.
O terceiro chakra é o chakra do plexo solar, ou Manipura – que significa “jóia brilhante” ou “cidade das jóias”. É representado pela cor amarela e uma lótus de 10 pétalas, com um triângulo vermelho ao centro, que simboliza o elemento Fogo. Localiza-se ao redor da área do umbigo, perto da parte superior do abdómen e do esterno. Devido à sua localização, e à ligação ao elemento Fogo, está fortemente ligado à digestão e ao metabolismo.
Quando nos sentimos confiantes, com sentido de propósito e motivação, o Chakra do Plexo Solar está aberto e em equilíbrio. Quando desalinhado, reflete-se em baixa auto-estima, dificuldade em tomar decisões, sentimentos de raiva e problema de controlo.
Para abrir e alinhar o Manipura, é importante reforçarmos o nosso sistema digestivo. A Ayurveda dá-nos dicas preciosas nesse sentido: beber bebidas à temperatura ambiente, evitando sempre que possível bebidas geladas, não comer mais do que duas mãos-cheias a cada refeição, evitar beber à refeição, e deixar o estômago descansar entre refeições (ao contrário do tão defendido “comer muitas vezes ao longo do dia”, que não permite ao nosso sistema digestivo descansar).
A respiração Bhastrika é outra forma de reforçar o sistema digestivo e aumentar o nosso metabolismo, e consequentemente alinhar o nosso Chakra do Plexo Solar. É importante não ter comido algumas horas antes de praticar este tipo de pranayama.
Em termos de Asanas, qualquer postura de yoga que traga calor à zona do plexo solar (posturas que trabalham o “core”) é ótima para estimular um terceiro chakra preguiçoso. Exemplos são Navasana (postura do barco), Matsyandrasana (torção da espinha sentado), e as posturas de guerreiro.
O mantra que energiza o terceiro chakra é o RAM e, uma vez que a cor associada a este centro energético é o amarelo (ou dourado), qualquer pedra preciosa que corresponda a esta cor irá abrir o plexo solar e energizar o baço, fígado, pâncreas e estômago (órgãos diretamente ligados ao Manipura), como por exemplo o Topázio Amarelo ou o Olho de Tigre.
Como adiantei atrás, os primeiros três chakras são considerados “terrenos”, ou físicos. Os três últimos são “divinos”, ou espirituais, e entre estes encontra-se o quarto, Anahata, ou chakra do coração, o chakra do amor. Este é a ponte que une tudo. A palavra "Anahata", em sânscrito, significa “ileso” ou “inviolado”, implicando que, apesar de mágoas e experiências negativas, habita em nós um lugar puro e espiritual. Localiza-se no centro do peito e abrange o coração, o plexo cardíaco, a glândula timo, os pulmões e os seios. É representado por uma lótus com 12 pétalas, de cor verde, com dois triângulos interceptados que representam a união do masculino e do feminino, e está associado ao elemento Ar.
Quando temos o nosso chakra do coração aberto e em equilíbrio, emanamos amor e compaixão, perdoamos com facilidade e aceitamos os outros e a nós mesmos. Quando em desequilíbrio, pode dar lugar à tristeza, raiva, ciúme, medo de traição, bem como doenças cardíacas e respiratórias.
Enquanto demasiada racionalidade e cepticismo destroem Anahata, dar amor é a melhor forma de abrir o nosso chakra do coração. E isso é muito simples, bastando por exemplo sorrir todos os dias a pessoas com quem nos cruzamos (é contagiante!), perdoar mais, ver amor em todos os atos e colocar amor em todos os atos. O amor é uma energia e, como toda a energia, a que deres irás receber.
Em meditação, uma das melhores formas de nos conectarmos ao chakra do coração é através do “anjali mudra” (pressionando as palmas das mãos junto à zona do coração). Em relação a Asanas, qualquer postura de yoga que abra a zona do peito vai ajudar a equilibrar o nosso chakra Anahata, como a postura do camelo, a ponte, a postura do cão invertido ou meia lua.
A respiração Bhramari (ou respiração do zumbido da abelha) é considerada bastante eficaz para ativar Anahata, uma vez que gera vibrações na zona do coração.
O mantra que energiza o Anahata é YUM. Um outro mantra especial que ajuda a expandir amor e compaixão é OM MANU PADME HUM. Diretamente ligadas à cor que corresponde a este chakra, as pedras preciosas que o energizam e ajudam a equilibrar são a esmeralda, a malaquite e o jade, mas também o quartzo rosa.
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