Burnout. Sabes o que é?

Vamos ser verdadeiros e falar de um problema real.
A palavra burnout é muitas vezes usada como sinónimo para stress e exaustão, mas é muito mais do que isso. Somos mulheres, namoradas, desportistas, empreendedoras, teimosas e.… super-mulheres. Assumimos o papel do multi-tasking e achamos que conseguimos apagar todos os fogos e urgências.
Tens de saber PARAR e ter tempo para cuidares de ti. O sentimento de culpa que nos aflige quando nos sentamos por 5 minutos no sofá tem que desaparecer. Temos de aprender que vai haver sempre coisas para fazer e situações “urgentes” para resolver.

Já agora, definição de urgente. Será que se não respondermos hoje àquele e-mail o mundo vai cair? E quando te enganas a dizer que não tens tempo para cozinhar e mandas vir fast-food?
Diariamente sentes a pressão da sociedade em teres energia e as respostas para todos os problemas, mas na verdade não tem de ser assim. Sem esquecer que temos que ser as mulheres maravilha. Maquilhagem e cabelos perfeitos todos os dias, com um fashion style nem sempre confortável, corpos tonificados e musculosos (“mas onde é que vou encaixar o meu treino de ginásio?) e sem esquecer aqueles batidos ou refeições mega saudáveis com a apresentação perfeita para uma partilha no Instagram.

Aceitar os limites

A vida real não é assim. Como mulher real que és tens de aceitar os teus limites! A pressão diária. Mais do que nunca temos de fazer tudo. Nada surpreende que as mulheres sofram de esgotamento, principalmente cada vez mais jovens, as mulheres millennials. Temos crescido com a social media, comparando-nos com os outros, num mundo que está numa constante mudança, rápida e imprevisível.

Grande parte das mulheres não reconhece este problema. O conceito de burnout é mais do que apenas exaustão laboral. É emocional e físico

Como reconhecer os sinais do burnout

Burnout não se refere apenas ao resultado de longas horas de trabalho. A depressão, a apatia e a letargia do burnout podem ocorrer quando não te sentes no controlo do teu tempo e quando vives a tua vida em direção a metas que não ressoam contigo. Mais do que a falta de compaixão por uma sociedade egoísta, o verdadeiro problema é a vergonha que sentes em SENTIR perante ti própria esta exaustão.

Assume que tens que parar. Parar para viver e respirar.
Aprende a adaptar as responsabilidades e tarefas do dia-a-dia para corresponder ao teu verdadeiro EU. Deves a TI a obrigação de fazer uma pausa.

#ÁguaPelaBarba: quem os viu e quem os vê
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Nas minhas consultas, aprendo muito com os meus pacientes. As histórias, os receios, as dúvidas, os medos. Tenho percebido que as emoções são os principais gatilhos para o aparecimento de grande parte das doenças, quer mentais quer físicas. O stress provoca fisiologicamente a elevação do cortisol, uma hormona essencial à nossa sobrevivência, mas que quando desregulado é o responsável pelo aparecimento de doenças, ganho de peso, disfunções intestinais, insónia e ansiedade generalizada (muitas vezes não identificada). Os efeitos do stress parecem temporários quando somos jovens, mas a longo prazo causam danos permanentes no nosso corpo.

Aprende a desacelerar

Cada vez mais mulheres millennials entram em burnout entre os 20 e 30 anos. A insatisfação com os empregos, uma trajetória profissional pouco clara, as dificuldades em gerir uma alimentação saudável, o cansaço que se acumula no fim da semana e que te impede a procurar atividades ou hobbies.
Todos nós trazemos uma herança genética familiar para determinadas doenças. É inevitável! Faz parte do nosso código genético. Mas estudos recentes demonstram que as mudanças no estilo de vida são as principais ferramentas para evitar a expressão de grande parte das doenças.
Sabias que há estudos que recomendam dormir 8 horas para emagrecer e controlar o peso? Talvez seja uma ideia interessante um dos dias trocares a ida ao ginásio e deitares-te bem cedo para recuperar as horas de sono.
Quando começas a sentir que o entusiasmo pela vida começa a desaparecer é altura de refletir. É um dos primeiros sinais de alarme para o burnout.

  • Começa por aprender que o perfeito é impossível.
  • Define as tuas prioridades.
  • Aprende a respirar, aprende a dizer “não”.
  • Diminui a velocidade.
  • Tira um tempo para TI mesma.
  • E vive!

Andreia de Almeida é médica especializada em anti-aging e membro da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) e American Academy of Anti Aging Medicine (A4M)