Tem gás e um sabor amargo - há até quem o compare ao da sidra. Kombucha é o nome da bebida que está ganhar cada vez mais espaço nas prateleiras do supermercados e que está a suscitar a curiosidade de muitos entusiastas da alimentação saudável.
Apesar de tudo, muitos dos benefícios atribuídos ainda não estão comprovados de forma oficial. Um estudo publicado em 2014 no jornal científico Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety atesta como "ainda existe uma disputa sobre os efeitos benéficos da kombucha". No entanto, o mesmo documento revela que "ainda que o chá de kombucha não possa dar garantias de saúde neste momento, pode ser reconhecido como uma parte importante de uma dieta equilibrada".
Para tirar todas as dúvidas, falámos com Lillian Barros, nutricionista, sobre a misteriosa bebida.
O que é, afinal, kombucha?
O kombucha é uma bebida obtida através da fermentação do chá, feita por leveduras e bactérias que fazem bem à saúde. Tem origem na China e remonta a milhares de anos de história, mas recentemente começa a criar seguidores também no nosso país, especialmente devido às suas propriedades benéficas para a saúde e bem estar geral.
Em que é que consiste a bebida?
Para a sua preparação, o chá preto com açúcar são os ingredientes mais usados para fazer kombucha, mas pode ser feito também com outras infusões ou chás, como por exemplo o chá verde. O processo de fermentação da bebida faz com que quase todo o açúcar seja consumido pelas bactérias benéficas e dê lugar a enzimas, vitaminas, ácidos orgânicos e aminoácidos.
Quais são os principais benefícios?
O consumo pode trazer diversos benefícios: acções antibióticas naturais, uma vez que ajuda a combater bactérias e fungos que causam doenças, contribui para perda de peso, ajuda a equilibrar o metabolismo, melhora a disgestão e absorção dos nutrientes, ajuda a regular o funcionamento do intestino, fortalece o sistema imunitário, diminui sintomas de intolerâncias alimentares e flatulências, diminui os processos inflamatórios articulares e intestinais, funciona como um alimento próbiotico ajudando a regular a flora intestinal e ainda equilibra e melhora estados de energia e vitalidade.
Em que quantidade é que deve ser consumida?
O ideal é consumir o kombucha diariamente. Deve-se começar com doses pequenas, cerca de 100ml por dia, durante uma semana, e depois ir aumentando 100ml por semana até chegar próximo de 400ml a 500ml por dia.
Que propriedades é que esta bebida tem que nos devem fazer considerar incluí-la na nossa alimentação?
O kombucha é considerada uma bebida probiótica, uma vez que contém bactérias vivas que são muito benéficas a nossa saúde e que ajudam a equilibrar a flora intestinal.
Há cada vez mais marcas de kombucha no mercado. Em que é que devemos ter em atenção de marca para marca?
Devido ao processo de fermentação a bebida adquire um gosto particular, tornando-se ligeiramente gaseificado e um pouco ácida. Hoje em dia existem diversas marcas no mercado com diferentes sabores, porém, é muito importante perceber qual o processo de fabricação por de trás do produto que adquirimos. Por se tratar de uma bebida que não deve ser pasteurizada (pois perderia as suas propriedades bioactivas), aumenta o seu risco de contaminação, mediante um incorreto processo de produção ou armazenamento.
"O ideal (...) é ler sempre a lista de ingredientes, optando pelo mais naturais, ou seja, feito a partir de chás, folhas, frutos e raízes e que não contenham corantes e aromatizantes artificiais." - Lillian Barros, nutricionista
O ideal é sempre escolhermos o kombucha produzido por empresas de confiança para evitar riscos de contaminação e ler sempre a lista de ingredientes, optando pelo mais naturais, ou seja, feito a partir de chás, folhas, frutos e raízes e que não contenham corantes e aromatizantes artificiais.
Há também quem faça a sua própria kombucha em casa. Qual é a diferença?
Existe a possibilidade de produzir o próprio kombucha em casa e é uma boa alternativa. Porém, exige certos cuidados para que o aglomerado de bactérias, chamado biofilme, não se estrague e que não seja contaminado, por exemplo.
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