
Partilhar é a palavra do dicionário que mais gosto. Partilhar momentos, emoções, sorrisos, memórias é, sem dúvida, uma das alegrias da vida. E sabemos que partilhar alimentos e refeições com aqueles de quem mais gostamos é também um grande sinal de afecto. À volta da mesa, as emoções e conversas fluem melhor e tornam a refeição inesquecível. Devemos, por isso, escolher que alimentos partilhamos — e com quem partilhamos. Vamos hoje reflectir sobre este tema.
A força das memórias e das receitas de família
A partilha nas refeições é também um símbolo geracional, na medida em que muitas das receitas que mais gostamos são passadas de geração em geração. Reavivam memórias quando o tempo já vai longe daquelas refeições, pratos ou até doçarias que comíamos quando éramos mais pequenos. Sim, os paladares também se partilham — os aromas, as texturas e todas as emoções que envolvem o prazer de comermos os alimentos que mais gostamos e com quem mais gostamos, lembrando muitas vezes esses mesmos paladares e evocando memórias antigas, locais e pessoas.
Rituais alimentares que marcam as épocas festivas
Há certas épocas do ano, aniversários e comemorações de festas em que a alimentação é, também, um momento de partilha e de associações alimentares. Na Páscoa, o cabrito ou pão de ló; no Natal, o bolo-rei ou as rabanadas; no verão, os gelados e as frutas frescas. Sem dúvida que estas épocas não seriam as mesmas se não tivessem rituais e alimentos próprios da ocasião. Damos mais valor e recolhemos mais “sumo” destes momentos quando os alimentos e os rituais estão todos alinhados. Devemos, por isso, desfrutar deles na altura certa — sem dramas ou complexos — mas com o equilíbrio necessário para que estas dinâmicas não condicionem a nossa saúde e permitam viver estes momentos com a intensidade devida.
"Partilhar é a palavra do dicionário que mais gosto." Dr Pedro Queiroz
Criar novas rotinas e partilhar hábitos saudáveis
Trouxe este tema — alimentação é partilha — porque, no corre-corre da nossa vida, muitas vezes nem paramos para pensar que os alimentos e o ritual da alimentação são também momentos para criarmos as nossas próprias rotinas, memórias e costumes. Mais saudáveis, e que possam influenciar positivamente aqueles de quem mais gostamos. Sem fundamentalismos nem obsessões, mas com o sentido de podermos partilhar momentos e escolher a forma como os queremos partilhar.
Seja, por isso, uma fonte de inspiração que promove e agrega estes hábitos, trazendo para a mesa e partilhando novos hábitos alimentares e de vida, novos alimentos e formas de os ingerir — paladares que nos tiram da rotina e nos levam a caminhos de descoberta gastronómica e de experiências sensoriais. Experimentar novos alimentos de forma periódica, novas formas de os preparar, novas formas de os combinar, e tantas outras possibilidades que os alimentos nos permitem e que possamos partilhar com quem mais gostamos.
A importância de experimentar novos sabores
Faça em si também estas directrizes: mude os pequenos-almoços de vez em quando, almoce comidas picantes, saboreie e prove alimentos amargos — que nos levem a experimentar novas emoções — e partilhe-as também com quem mais gosta. Há uns tempos fui a um restaurante de chef, não para comer melhor, mas para provar e degustar outras formas de comer os alimentos. Gosto e recomendo este tipo de experiências para que, fugindo da rotina alimentar, possamos traçar o nosso próprio rumo e sentir o prazer de experimentar o valor que os alimentos realmente têm na nossa forma de estar, pensar e aprender.
Partilhar refeições é partilhar momentos de vida
Assim, quando temos filhos, família chegada ou amigos com quem queremos estar à volta da mesa, temos gosto em escolher os alimentos, a ordem de os ingerir e até o local onde os vamos ingerir. Tudo isto se alinha para que os alimentos sejam realmente uma partilha — não só de nutrientes, mas, mais que tudo, uma partilha de momentos inesquecíveis, que nos fazem, de verdade, valorizar o prazer que é estar vivo!
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