O que observamos nos dias de hoje são jovens, mulheres de 20 e 30 anos com queda de cabelo. E existem muitas. Uma em cada seis mulheres sofre de queda de cabelo; algumas em pequenas quantidades, enquanto outras têm autênticas peladas que afetam a auto-estima e a sua imagem feminina. A queda de cabelo prematura é mais comum do que realmente pensamos, mas existem várias etapas que podemos avaliar para controlar este problema.

#O stress e as nossas hormonas

O stress e a pressão dos excessos de uma vida no século XXI são dos principais culpados, já que vão afetar algumas das principais glândulas endócrinas reguladoras. As glândulas supra-renais, a hipófise e a tiróide, responsáveis pela produção de hormonas como o cortisol, a DHEA, a adrenalina e as hormonas da tiróide, podem estar muitas vezes completamente disfuncionais.

A queda de cabelo também pode estar associada a altos níveis de androgénios (a testosterona, por exemplo), como também a baixos níveis de ferro, vitamina B12 ou resistência à insulina. Mas entre as causas mais comuns de uma queda de cabelo rápida pode estar um problema de tiróide, muitas vezes diagnosticado pela primeira vez num salão de cabeleireiro. Para além da queda, o cabelo pode ficar grosso, seco e facilmente emaranhado.

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Outra hormona que também afeta o crescimento e o ciclo do cabelo é a insulina, responsável pela regulação dos níveis de açúcar no sangue. Metade das mulheres com queda de cabelo tem uma constelação de sinais e sintomas relacionados com a resistência à insulina, anormalidades do açúcar no sangue, pressão alta e colesterol elevado.

Ocasionalmente, a perda de cabelo está ligada ao trauma físico e emocional e, provavelmente, à desregulação do cortisol — também conhecido como hormona do stress. Ainda mais raro, outros problemas de saúde subjacentes, como a auto-imunidade, podem estar na raiz do problema.

#O que diz o nosso cabelo

A queda de cabelo é uma daquelas coisas temidas com que muitas de nós terão de lidar em algum momento das nossas vidas. Pode acontecer durante o nosso banho matinal, enquanto secamos ou quando o escovamos. Uma certa quantidade é normal, mas muitas vezes chega o momento em que a quantidade de cabelo que estamos a perder vai muito além do normal.

Como acontece com qualquer questão relacionada com a nossa saúde, devemos sempre começar com uma pergunta simples... POR QUÊ? Por que razão, exatamente, estou a perder o meu cabelo? Depois de obtermos a resposta a esta pergunta, podemos começar a desenvolver um plano para parar ou mesmo reverter essa queda de cabelo.

#Responder às perguntas

Vamos então analisar algumas das causas comuns da queda de cabelo em mulheres:

Hipotiroidismo:
A queda de cabelo ou o seu enfraquecimento geralmente resultam de uma função sub-ótima da tiróide. Quando o nosso corpo não está a produzir hormonas da tiróide suficientes, ou a não as utilizar, podemos sentir um efeito de desaceleração do nosso metabolismo e em quase todas as nossas funções corporais (aumento de peso, falta de energia e cansaço), o que naturalmente também se vai refletir no nosso cabelo, pele e unhas.

Este é um problema extremamente comum em mulheres na faixa dos 40 anos e não é incomum em mulheres de 30 ou até menos. No entanto, a maioria das mulheres não é diagnosticada porque os resultados de laboratório estão dentro do “intervalo normal”. O intervalo para a função da tiróide é muito grande, para atender às necessidades pessoais. Não queremos apenas estar na faixa normal... mas sim no intervalo ÓPTIMO.

Por vezes é necessário pedir testes mais detalhados e observarmos a pessoa como um todo, analisando todos os sintomas e tratando cada pessoa dentro dos seus intervalos ideais individuais.

Deficiências nutricionais:
Existem muitas deficiências nutricionais a que a queda de cabelo pode ser atribuída. Algumas das mais comuns são a do Ferro, Vitaminas B, Biotina, Folato e Zinco.

A chave para descobrir exatamente em que nutrientes podemos ter uma deficiência são os testes de deficiência de vitaminas com micronutrientes. Recolhendo uma amostra de sangue, podemos identificar exatamente quais as deficiências nutricionais individuais.

Uma vez na posse dessa informação, podemos selecionar quais os suplementos ideais para corrigir essas deficiências.

Excesso de estrogénio:
Assim como outros desequilíbrios hormonais (como o excesso de testosterona) podem causar queda de cabelo, também o excesso de estrogénio pode, em algumas mulheres, afetar o funcionamento de uma enzima (a aromatase — que processa o estrogénio), por uma variante genética.

Para outras mulheres, o problema com a dominância estrogénica é que elas também apresentam níveis mais baixos de progesterona em relação ao estrogénio – sendo que a progesterona ajuda a proteger os folículos capilares dos efeitos da testosterona, DHT e dos estrogénios, na queda de cabelo.

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Pós-gravidez:
A queda de cabelo pós-parto está relacionada com a queda de estrogénio ocorrida após o parto. Durante a gravidez, o corpo tem níveis mais altos de estrogénio (e progesterona), e o estrogénio aumenta a "fase de repouso" do cabelo, ou o tempo que o cabelo fica na nossa cabeça antes de cair naturalmente. Quando o estrogénio cai após a gravidez, todo o cabelo que estava "a descansar" começa a soltar-se. A perda de cabelo pós-gravidez é geralmente temporária, mas pode durar vários meses.

#Dar atenção ao nosso corpo

Se entendermos que todo o nosso corpo trabalha como um sistema, será fácil perceber que a queda de cabelo é o reflexo de um delicado equilíbrio no sistema hormonal. Esse equilíbrio pode ser afetado por muitos sistemas do nosso corpo, como o imunológico, o gastrointestinal e o neurológico, e todos devem estar em harmonia.

Se desejamos melhorar a nossa saúde, por vezes é a hora de começarmos a investigar o que está realmente a acontecer com as nossas hormonas e corrigir outros desequilíbrios que, de forma subtil, se foram instalando.
Uma análise metabólica completa, que analisará tudo o que tem potencial para afetar a função metabólica — supra-renais, níveis das hormonas do stress, tiróide, níveis de ferro, condições auto-imunes, equilíbrio intestinal, níveis de estrogénio — pode ser o princípio do caminho.

A Dra Andreia de Almeida é médica especializada em Medicina Funcional e Medicina Anti-Aging, com treino especializado em Modulação Hormonal e suplementação avançada. Conhecida pela sua abordagem empoderadora e focada na pessoa, através da sua prática clínica, procura inspirar as pessoas a encontrarem o seu equilíbrio, bem-estar e felicidade interior.