O nosso cérebro sabe quando a nossa voz interior fala bem, e palavras de amor e cuidado para connosco, e isso beneficia o nosso bem-estar, capacidade de aprendizagem e, até, da memória.
Segundo um estudo realizado por investigadores da University of Southern California e publicado no jornal da Association for Psychological Science, temos uma média de b, o que equivale, em quantidade de informação, ao conteúdo de 174 jornais. Isto significa que, diariamente, somos bombardeados com pensamentos e quantidades de atividade mental que nos influenciam, assim como as situações e ambientes ao nosso redor.
Basicamente, o pensamento é o resultado da atividade mental intelectual, ou seja, um produto da mente, que pode surgir a partir de atividades racionais (lado esquerdo do cérebro) e de abstrações da imaginação (lado direito do cérebro).
O pensamento articula-se em pensamento analítico (a separação do todo em partes – identificadas ou categorizadas) e o pensamento sistémico (uma visão holística de elementos com as suas ligações), pelo que o que pensamos e as nossas emoções, influenciam a forma e o modo como vemos o mundo.
Podemos fazer uma experiência muito simples para comprovar como as palavras têm uma carga energética forte e uma emoção, e de como as mesmas acarretam efeitos. Escrevamos a palavra “amor” e coloquemo-la debaixo de uma planta. Façamos o mesmo com outra planta, mas neste caso, escreva a palavra “ódio” num pedaço de papel e coloque-o debaixo da mesma. Deixemos os dois vasos de plantas com os pedaços de papel por baixo – um com a palavra amor e outro com a palavra ódio, ao mesmo tempo que, durante as próximas duas semanas, falamos para a Planta 1 apenas palavras de amor e para a Planta 2 apenas palavras de ódio. Observemos o resultado.
Ao fim de duas semanas a 20 dias, verão que a Planta 1 – à qual foram ditas palavras de amor e que tinha o papel com a palavra "amor" por baixo do seu vaso, continua verde, viçosa, bonita. A Planta 2, aquela a quem foram ditas palavras de ódio e que tinha o papel com a palavra “ódio” escrita na sua base, murchou, secou, começou a ficar com as folhas castanhas e, em última instância, morreu.
Esta simples experiência também pode ser feita com bagos de arroz cozido, onde um cientista e pesquisador japonês – Masaru Emoto – comprovou o poder da mente humana: cada pensamento gera uma emoção e uma reação bioquímica. Tal como as plantas, se colocarmos bagos de arroz cozido dentro de frascos de vidro e lhes dirigirmos palavras de amor, ódio ou indiferença, vamos ter resultados diferentes: o do amor está bom e saudável, já o da raiva e do ódio apodreceu.
Transpondo o tema para a nossa mente e voz interior, e para os efeitos que essa voz interior provoca no nosso corpo e auto-estima, devemos ter consciência que, tendo compaixão por nós próprios, cultivamos o amor-próprio, a bondade e a ternura – para connosco – em detrimento de sentimentos de julgamento e de falha. Que o saber ter compaixão pelo outro deverá ser aplicado ao “self”, e que em vez de se julgar e criticar impiedosamente (“não sou capaz, “não valho nada”, “sou uma porcaria”, “não consigo”), focando-se naquilo que considera as suas deficiências, a auto-compaixão ajudá-lo-á a ser compreensivo para consigo e, em última instância, ensinar-lhe-á a preencher esse vazio de amor.
Sempre que sente uma emoção, o sistema endócrino segrega hormonas. Se a emoção for negativa, o sistema segregará cortisol – a hormona do stress – mas se a emoção for positiva, é produzida oxitocina, conhecida como a hormona da felicidade, ativando partes do seu cérebro relacionadas com o seu bem-estar. Quando estabelece um diálogo interior com respeito, aceitação e compaixão, as suas hormonas do bem-estar entram em ação; já o contrário – quando se critica de uma forma repetitiva e severa – o seu cérebro ativará partes relacionadas com a dor física. Por isso, tudo o que pensa será, em última instância, transposto para o seu corpo, dando origem a várias manifestações físicas sob a forma de doenças ou perturbações – o não conseguir dormir uma boa noite de sono pode ser exemplo disso.
Segundo a terapeuta Ellen Meredith, no seu livro 'A linguagem que o corpo fala', “o nosso corpo tem a capacidade inata de se curar, de se adaptar e de funcionar sob diversas circunstâncias. Mais ninguém o cura: nem o médico, nem o xamã, nem o terapeuta de energia, nem a pessoa amada, ou a medicação. Quando nos curamos, não estamos a atacar doenças, estamos a encontrar alívio. Não estamos apenas à procura da ausência da dor ou de sintomas; estamos a ouvir e a responder à dor e aos sintomas em reconhecimento do que estão a comunicar.”
Ter autocompaixão significa honrar a sua humanidade, aceitar que não é perfeita. Ao aceitar ser amável e ter compaixão por si mesma, notará melhorias significativas na hora de aprender algo novo, um maior poder de concentração e memorização e um sono mais sustentado, sem interrupções. Como fazê-lo? Existem inúmeras formas… respiração, ioga, terapia, desporto, cada um encontrará aquilo que para si faça sentido. Poderá ser algo tão simples como ouvir um mantra ou meditar. Você saberá. O que importa é que saiba identificar o seu diálogo interior e que o saiba direcionar.
Lembre-se dos bagos de arroz e das plantas: no fundo, somos como uma planta, com sentimentos. Regue a sua e fale para si com amor.
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