A decisão deu-se no ano passado, onde falei do assunto, aqui. Um ano depois, que resultados noto? Quase nenhuns. Chego, portanto, à conclusão de que as minhas sobrancelhas estão para sempre condenadas a serem disfarçadas com lápis e sombras, uma vez que me recuso a recorrer ao microblading. Não é algo que me agrade, é um facto, mas chego à conclusão que neste terreno árido que tenho por cima dos olhos, nada cresce.

Em um ano, e após aplicação de produtos vários para estimular e promover o seu crescimento, o que ganhei foram alguns pêlos mal semeados, aleatoriamente, cheios de falhas entre eles, o que torna verdadeiramente difícil construir um desenho e um contorno, ou permitir que elas comecem a ter alguma definição.

A arte de dominar e desenhar sobrancelhas é algo que não me assiste. Em um ano, mantive-me estoicamente afastada de pinças, apliquei religiosamente óleo de rícino nas sobrancelhas e nas pestanas, antes de me deitar, para promover o seu crescimento (nas pestanas deu resultado e fiquei com um pestanão, nas sobrancelhas não!), apliquei um tónico específico para promover o crescimento, cheguei, inclusive, a aplicar com um cotonete, também diariamente, uma solução capilar que promove o crescimento do cabelo – e nem mesmo assim.

Um ano e dois confinamentos depois, a conclusão que me assiste é que aqui não cresce nada – é um deserto em estado puro – e vou ter mesmo de me resignar com este styling de sobrancelha datado e do século passado.

#ÀFlorDaPele: a ternura dos 40
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É muito desmotivante querer ter soluções que não passem pelo microblading, mas em todos os lugares onde fui pedir ajuda para salvar o meu pêlo tentam convencer-me e encaminhar-me para o mesmo. E sim, eu sei que posso ser um pouco antiquada e picuinhas nestas coisas, e de querer o natural e o normal sem parecer que me mexeram na cara, mas será que não há mesmo soluções de cosmética que o permitam? Ou será que fui apenas mal aconselhada? Que não procurei os profissionais corretos?

Juro que gostava de perceber e se houver alguém que me leia e que perceba do assunto, que me contacte e mo diga. Porque numa altura em que tanto se fala de autenticidade, o que eu sinto no que à Beleza diz respeito, quando se tentar pedir ajuda para envelhecer naturalmente, ou recorrer a técnicas que não passem pelo desenho de algo falso – e permanente! – no meu rosto, é que não há soluções. E eu recuso-me a fazer algo ao meu rosto que tenha implicações permanentes e, pior, que me leve mais tarde a arrepender de o ter feito e que seja irreversível.

Por isso, um ano depois e sem resultados à vista, continuo na rotina diária de aplicar produtos vários que me deem alguma (pouca) esperança de conseguir voltar a fazer desta sobrancelha um jardim – porque já o foi. Continuo a recorrer à sombra, ao lápis e a tudo aquilo que me ajude a desenhá-las e a preencher as suas falhas sem parecerem demasiado artificiais.

Uns dias saem melhores que outros. Uns dias perco mais tempo do que outros. Confesso que gostava de evitar perder tempo nesta rotina diária, mas enquanto isso não acontecer, regarei com amor este deserto que agora habita em mim, porque cuidar do que seja com amor sempre deu bom resultado.

Mafalda Santos  fez das palavras profissão, tendo passado pelo jornalismo, assessoria de imprensa, marketing e media relations. Acredita em quebrar tabus e na educação para a diferença, temas que aborda duas vezes por mês, na Miranda, em #ÀFlorDaPele.

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