A demanda de deixar crescer as sobrancelhas: três anos sem sucesso

Confesso que ia cheia de receio. Isto de uma pessoa dar a mão à palmatória e render-se a fazer algo que sempre procurou evitar, tem que se lhe diga. Primeiro, não mostra coerência, segundo, se correr mal, terei sempre de lidar com a culpa da minha própria (má!) decisão. Depois de ter visto e estudado o trabalho de muitos profissionais de micro e nanoblading e de procurar um resultado o mais natural possível, (sem que para isso tenha de vender um rim) eis que encontrei a Karina e pela sua página de Instagram, com fotos e trocas de mensagens, lá me decidi.

Mas vamos por partes. Até chegar aqui foi um longo processo. Três anos, para ser mais precisa. Quem me acompanha pela Miranda talvez se lembre de que, em 2021, decidi deixar de arrancar e definir com linha as minhas finíssimas sobrancelhas, decidida que estava a deixá-las crescer e a ver resultados. Um ano depois, em 2022, o resultado continuava igual, ou seja, zero resultados.

Estes produtos ajudaram, mas eu queria mais

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Durante esse ano de transição, fiz de tudo o que podia para ajudar a estimular o crescimento do pelo, sem quaisquer resultados. Apliquei tónico de crescimento, óleo de rícino, sérum, tónico capilar e todas as mesinhas que lia que ajudavam a estimular o pelo. Resultado: cresceu-me pelo no corpo todo, menos onde? Isso mesmo, nas sobrancelhas. Resignada, mas ainda não convertida ao micro e nanoblading, segui a minha vidinha, com produtos que me ajudaram, milagrosamente, a dar-lhes um efeito mais preenchido e ‘farfalhudo’. Nesse sentido, a Benefit Cosmetics e o seu lápis de sobrancelhas Precisely My Brow Detailer, microfino e com seis tonalidades, que desenha a sobrancelha, definindo-a de forma natural, o seu gel de volume Gimme Brow– que me permitiu, durante meses, dar um efeito “up” aos meus escassos pelos, preenchendo-os, além de ser resistente à água – e o seu gel fixador de sobrancelhas, o 24-HR Brow Setter – que me permitia mantê-las no sítio durante horas – foram os meus preciosos aliados. E continuarão a sê-lo, mas senti que estava na hora de procurar algo que fosse uma ajuda complementar, que me permitisse ir mais além e que, caso decidisse fazer micro ou nanoblading, o resultado fosse o mais natural e harmonioso possível.

A decisão final: rendi-me ao nanoblading

Por isso, na semana passada quando me deitei naquela marquesa, já não havia forma de voltar atrás. Ia avançar, mas estava cheia de medo do resultado final e se iria gostar – porque sou exigente. Não podia ser algo nem muito carregado, nem muito grosso – pois as minhas sobrancelhas naturais são muito finas e não podíamos ter uma mudança muito brusca e, acima de tudo, artificial. Eu teria de me reconhecer ao espelho.

A Karina tranquilizou-me. Mostrou-me como iria ficar tendo em conta a arcada natural das minhas sobrancelhas, a minha cor de cabelo e tom de pele. Explicou-me os cuidados a ter no pós-procedimento - para que este e a sua pigmentação seja bem sucedida e sem infeções – e depois de vermos o que pretendia, avançámos. Posso dizer-vos que se forem como eu, que nunca tinha feito nada do género, o procedimento em si não é agradável. Já fiz duas tatuagens e a dor que senti durante o nanoblading foi de tal forma atroz, que fazer uma tatuagem é uma brincadeira de meninos comparado com isto. A sensação que tive, era de que me estavam a cortar com um x-ato, com momentos em que me apeteceu saltar da marquesa e sair porta fora, estando o processo terminado ou não. Tive suores frios enquanto me contorcia com dores e respirei fundo várias vezes, sustendo em seguida a respiração, para ver se a dor era menor, mas sem resultado. Agradeci aos céus quando terminou, depois de os meus olhos verterem várias lágrimas durante o tempo todo e após vários espirros que, fiquei a saber, trata-se de algo normal ocorrer durante o processo.

O resultado: as sobrancelhas que sempre quis

Quando me vi ao espelho, posso dizer-vos que não amei logo, mas também não me senti desfigurada. Reconhecia-me. Achei que estava um trabalho bem feito, sim, mas que na parte inicial notava-se o desenho, algo que não me agradava de imediato. Vim para casa com a indicação de aplicar Cicaplast de 3 em 3 horas e de apenas limpar as sobrancelhas com água, sem recorrer a qualquer tipo de produto nos próximos dias/semana.

Hoje, 3 dias volvidos, continuo a observar o processo, a cuidar das sobrancelhas, a limpá-las apenas com água, a aplicar-lhes um pequeno grão de arroz de Cicaplast e a ver se a cor começa a ficar menos carregada e mais natural. Sou uma aluna aplicada. Mas, confesso, também gosto desta praticidade de apenas as escovar e já está! Gosto de olhar ao espelho e de as ver sempre definidas e arranjadas, e da forma como o meu rosto ganhou uns traços mais angulosos e definidos só por causa delas. Já tinha lido várias vezes que as sobrancelhas são dos traços mais marcantes do rosto e fazem toda a diferença, e a verdade é que nunca acreditei muito nisso, mas dou agora a mão à palmatória, assim como dei ao nanoblading. É verdade.

Durabilidade do nanoblading: um processo a acompanhar

O micro e o nanoblading têm uma durabilidade de cerca de 1 ano – às vezes um pouco mais, depende do organismo de cada um e de como a pigmentação adere. Não sei como será o meu caso, mas uma coisa vos garanto: dificilmente passarei pelo mesmo nível de dor novamente, por mais que goste do resultado final – mas vamos ver se consigo ser coerente também neste ponto.

Mafalda Santos fez das palavras profissão, tendo passado pelo jornalismo, assessoria de imprensa, marketing e media relations. Acredita em quebrar tabus e na educação para a diferença, temas que aborda duas vezes por mês, na Miranda, em #ÀFlorDaPele.