Acordei no dia seguinte e mal me mexia. Doía-me o corpo todo, como se tivesse feito um treino intensivo. As costas, os braços, as pernas, senti-me abalroada por uma dor física típica de quem passou a quarentena e os dois confinamentos completamente sedentária e com zero exercício físico quando, na realidade, o que tinha feito era exercícios de respiração ativa – inspiração e expiração – que trabalharam todo o corpo e em particular a zona abdominal.

Pensava eu que era “só” isso, mas foi muito mais. O Yoga Kundalini não é uma ginástica – embora haja alturas em que pareça – nem uma filosofia ou religião, mas sim uma ciência milenar para a expansão da consciência e responsável por acordar e ativar no nosso corpo a energia Kundalini.

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Yoga significa a união do corpo, mente e espírito, sendo que com a técnica sistematizada do Yoga Kundalini pratica-se uma série de exercícios para determinados objetivos que passam por: posturas corporais (asanas); posturas de mãos (mudras); exercícios de respiração (pranayamas); entoação de mantras, meditação e relaxamento, permitindo uma ligação à consciência universal e à sua luz interior. Ou, por outras palavras, ajuda a reduzir o stress, reequilibrando todos os sistemas do organismo.

O objetivo é fazer com que o fluxo ascendente da energia kundalini percorra a sua coluna vertebral e reorganize o movimento dos 7 chackras do corpo – que vão desde a base – no fundo da coluna vertebral (chackra básico), até ao chackra coronário, no topo da nossa cabeça. Esta forma de yoga, Kundalini Yoga, também é conhecida como yoga da consciência, pois tem por objetivo despertar no ser humano o seu potencial espiritual e criativo, sendo representada por uma cobra em movimento de espiral ascendente, em fogo.

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créditos: Dane Wetton/Unsplash

A minha primeira experiência com o Yoga Kundalini foi intensa e mexeu internamente comigo, tendo, por enquanto, sido um caso isolado e não fazendo ainda prática regular da mesma. Mas pretendo, até porque há exercícios simples que podemos replicar sozinhos em casa, pela manhã, ou antes da meditação do dia.

Aqui ficam cinco benefícios do Yoga Kundalini que poderá ativar sempre que realizar a prática:

Intuição: quando estamos em contato com nós mesmos, ganhamos uma maior consciência e conseguimos “escutar” a nossa intuição, tendo uma maior clareza sobre o que nos faz bem ou mal e o que necessitamos. E isso tanto poderá ser mais disciplina ou foco, como necessidade de desaceleração, maior contacto com a natureza ou lidar com o stress de outra forma, ativando mecanismos internos que permitem reduzir a ansiedade.

Equilíbrio: a prática frequente de Kundalini Yoga ajuda a purificar o sangue e a limpar padrões de pensamentos negativos, permitindo combater sentimentos depressivos, de ansiedade e promovendo a cura, reagindo a emoções negativas e, em última instância, fortalecendo o sistema imunitário.

Cura: o Yoga Kundalini ativa o relaxamento antes de uma meditação, fortalecendo a energia despertada. Isto permite que as terminações nervosas do corpo sejam revitalizadas, o que ajuda a curar o organismo e permite uma maior qualidade de vida.

Proteção: a prática constante de Kundalini Yoga fortalece e expande o campo eletromagnético, trabalhando com a sua energia, protegendo-o de influências negativas do ambiente que o rodeia, sendo por isso importante trabalhar a sua energia, transformando-a em positiva e mantendo-o ativo perante o ambiente que o rodeia.

Estilo de Vida: Fazer Yoga Kundalini é um estilo de vida para a qual ainda nem todos se encontram despertos ou reconhecem os benefícios desta prática. Conjugada com uma alimentação saudável e meditações, ajudará a uma maior consciência – seja em comportamentos, escolhas e ensinamentos, seja numa maior resistência física – mesmo que para isso tenha de estar no dia seguinte a recuperar da “sova energética” que levou.

Mas uma vez recuperada, quererá mais.

Mafalda Santos  fez das palavras profissão, tendo passado pelo jornalismo, assessoria de imprensa, marketing e media relations. Acredita em quebrar tabus e na educação para a diferença, temas que aborda duas vezes por mês, na Miranda, em #ÀFlorDaPele.