Da última vez que abordei aqui o tema “exercício físico”, relatei as minhas aventuras extra-conjugais com a ginástica artística, com a natação e com o cycling, após uma lesão no CrossFit, com quem eu achava ter um namoro para sempre.
Não foi uma orgia que tenha repetido ao ponto de a aprofundar para algo mais sério, para uma relação poliamorosa ou tampouco monogâmica. É que, entretanto, enveredei pelo submundo das clínicas e dos espaços de saúde que demoram vidas a esclarecer lesões e a propor planos de recuperação. Estive com a minha vida atlética meio suspensa, já que não sabia bem o que tinha e como resolver. Mas hoje já posso deixar aqui a dica: se quiserem resolver uma lesão, procurem primeiro um fisiatra. Ele vai saber como tratá-la. Um ortopedista só sabe operar. Pode chegar ao ponto de vos dizer “Volte daqui a dois meses para ver se já dá para operar” [inserir aqui o emoji do palhaço].
Depois de alguma pesquisa e de muitas consultas inúteis, encontrei finalmente um espaço onde um fisiatra me disse o que tinha e prescreveu um plano de fisioterapia. Finalmente tinha encontrado a minha prancha de salvamento. E desde aí, com os exercícios certos e o ultra-som na anca, fiquei rapidamente melhor.
Foi então que me envolvi com o personal training – não com a personal trainer, atenção – tendo abraçado algo mais seguro e com menos probabilidades de desenvolver ou piorar lesões: a musculação. Nada como um treinador pessoal para nos apresentar as máquinas que nos vão tratar da saúde. Com o devido tempo, fui diminuindo a frequência da fisioterapia e aumentando a frequência no ginásio, sendo que passei a integrar os exercícios fisioterapêuticos no treino semanal. As dores da lesão iam e voltavam, mas já num nível nada comparável com o que era.
Continuando a vida atlética, a maior surpresa que tive foi o resultado das quatro sessões de oxigenoterapia na câmara hiperbárica da Avenue Clinic, que fiz uma vez por semana. Durante esse período, o rendimento no ginásio esteve no nível super-homem, pois fazia a recuperação muito depressa e os músculos estavam de facto na sua melhor forma. Em cada sessão de oxigenoterapia respiramos oxigénio puro, aumentando a capacidade de regeneração celular, que melhora o sistema imunológico e o rejuvenescimento da pele. Lembro-me de aumentar a carga nas máquinas muito frequentemente, coisa que deixou de acontecer nos últimos tempos.
Ainda era eu um jovem quando li que o Cristiano Ronaldo dorme numa câmara hiperbárica para melhorar a recuperação muscular. Conhecemos bem o nível intergaláctico dele e lembro-me de ficar entusiasmado com o facto de a Ciência estar sempre a surpreender-nos e de como consegue efectivamente melhorar-nos e fazer de nós supermáquinas. Sou um grande apologista da prática de hábitos que nos prolongam a expectativa de vida e que nos deixam belos durante mais anos. E lembram-se de quando o país parou para ver uma câmara hiberbárica ser a protagonista da salvação do actor Ângelo Rodrigues, que esteve prestes a morrer e/ou a perder uma das pernas devido a uma infecção muito severa?
Quando, numa das minhas idas à Avenue Clinic, em Lisboa, descobri que passaram a disponibilizar esse serviço de medicina hiperbárica, nem queria acreditar. Claro que tinha de experimentar! Ainda por cima com uma lesão a ser tratada. Para além de ficar mais lindo, qual seria a probabilidade de ficar curado de vez? Nessas semanas senti menos dores musculares, aumentei a carga no ginásio a uma velocidade nunca antes vista e dormi profundamente (sobretudo quando a sessão calhava numa semana em que tinha dormido mal). Fiz a experiência de treinar intensamente de manhã e fazer a sessão na câmara hiperbárica de tarde, e foi interessante como durante o tempo que estive deitado, senti a musculatura a ficar dorida tal como costuma ficar passados dois dias. Isto só me provou que o corpo se regenera muito mais depressa nestas condições.
Entretanto, passou quase um mês após a última sessão e já me começo a sentir como o San Goku quando sai do estado de superguerreiro. Mesmo tendo adquirido muita força, a evolução abrandou. Vou aumentando as cargas aos poucos; vou completando as séries com muito esforço; mas há uma certeza que é firme: é que a lesão é coisa do passado.
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