Numa era em que tanto se fala de dietas, talvez seja também aquela em que estamos mais desconectados do alimento e, por conseguinte, de nós mesmos. Para mim, comer é um ato meditativo e quando não como de forma consciente, não só a refeição não tem o mesmo sabor e prazer, como também influencia a forma como me sinto e me comporto nesse dia.

Por isso, quotidianamente faço um esforço para planear o meu dia de forma a conseguir ter os “meus momentos” para as refeições. E durante a refeição procuro não ter distrações, para apreciar aquela refeição que tem em si todo um mundo!

#AlmaYogi: existe uma dieta yogi?
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Isto leva-me a outro ponto: comer é também o ato que nos conecta diretamente ao universo em que vivemos, ao solo, à água, ao sol, ao ar. Um único grão de arroz contém em si todo O Universo. Quando olhamos para um grão de arroz, um momento de concentração permite-nos ver que este grão contém em si tudo – a chuva, as nuvens, as luas, o sol, a terra, o espaço, o tempo, os agricultores… tudo!

Quando colocamos esse grão de arroz na nossa boca, estamos a colocar todo o universo na nossa boca. E quem diz um grão de arroz, diz uma maçã ou qualquer outro alimento que vem da natureza [excluem-se os alimentos altamente processados, naturalmente :)]

No seu livro ‘How To Eat’, Thich Nhat Hanh convida-nos a praticar as “Cinco Contemplações” antes de iniciarmos as nossas refeições (e durante as mesmas), como forma de comermos de uma forma mais consciente. São elas:

  1. Esta comida é uma benção da Terra, do céu, de inúmeros seres vivos, e de muito trabalho árduo e repleto de amor.
  2. Que eu possa comer com atenção plena e gratidão, de forma a ser meritório desta comida.
  3. Que eu consiga reconhecer as minhas formações mentais prejudiciais e aprender a comer com moderação.
  4. Que seja capaz de manter a minha compaixão viva, comendo de tal forma que reduza o sofrimento de outros seres vivos, que pare de contribuir para as alterações climáticas e que cure e preserve o nosso valioso planeta.
  5. Tomo esta comida como forma de nutrir a comunidade e o ideal de servir e cuidar de todos os seres vivos.

Neste seu livro, Thich Nhat Hanh explora muito mais sobre este tema de uma forma muito simples, através de pequenas meditações e reflexões. Muito fácil de ler, é um livro que recomendo a quem quiser olhar para a comida, e tudo o que o ato de comer envolve, com outros olhos.

É um livro que tenho sempre perto de mim e que frequentemente abro aleatoriamente para ler uma das suas reflexões, o que me ajuda sempre a desfrutar bastante mais da refeição. Finalizo este artigo fazendo esse mesmo exercício e deixo então uma das suas reflexões, escolhida aleatoriamente :)

“The value of a meal is not just determined by the amount of money we’ve spent on the ingredients or on a meal at a restaurant. There is so much hard work that goes into growing, harvesting, distributing, and cooking even a dish of rice. A good meal doesn’t have to mean it contains expensive ingredients. The best food is often very simple. There are things the grocery store can’t provide us with. No matter how much money you have, you can’t buy it, it’s only with mindfulness, concentration, and insight that you can get a truly rich meal”

Uma pequena reflexão que nos diz tanto sobre o verdadeiro valor de uma refeição!

Sara Sá estudou Comunicação Social, mas especializou-se em Relações Públicas e trabalhou 15 anos como tal. A paixão pelo Yoga levou a melhor e, deixando o emprego e vendendo tudo o que tinha, abriu no Porto o MANNA, um espaço onde partilha, com quem por lá passa, a sua filosofia de vida.

Inclua este passo no seu ritual de Beleza!

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