Acho a alimentação, as suas regras e a suas diversas formas de conjugação verdadeiramente espectacular. Este aparentemente fácil equilíbrio que ajuda a estabilizar a nossa saúde está muito dependente dos hábitos de vida que se criam e é, sem dúvida, dependente dos hábitos alimentares que criamos. Agora que sabemos cada vez mais desta espantosa forma de interacção, inúmeros estudos vêm falar da importância de uma dieta, ou da também chamada alimentação anti-inflamatória. Esta nova abordagem no equilíbrio da nossa saúde, que está a criar cada vez mais fãs a nível mundial devido ao seu papel protector em diversas doenças, nomeadamente em alguns tipos de cancro, tem por detrás variados estudos que relacionam alguns alimentos com um factor de protecção adicional. Vale a pena conhecer como tudo se processa.

Utilizar alimentos anti-inflamatórios e reforçá-los na nossa alimentação protege-nos e permite uma acção eficaz no combate aos agentes estranhos à nossa saúde

Sabemos que sempre que o nosso corpo entra em interacção com agentes estranhos ou tóxicos promove um processo de inflamação cujo objectivo é combater esses agentes. Mas enquanto em quantidades moderadas este estímulo pode ser importante e saudável, a partir de certos níveis e continuidade da inflamação começará a desencadear processos muito nocivos à nossa saúde. Aliás, alguns tipos de cancro desenvolvem-se e propagam-se no nosso corpo por uma inflamação não controlada que danifica as nossas células e estruturas de tecidos. Assim, faz sentido - e está documentado - que utilizar alimentos anti-inflamatórios e reforçá-los na nossa alimentação protege-nos em grande parte deste efeito e permite uma acção deveras eficaz no combate aos agentes estranhos à nossa saúde.
Diversos alimentos e nutrientes têm sido estudados ao longo dos anos quanto ao seu potencial inflamatório ou anti-inflamatório permitindo a criação da chamada tabela de Dietary Inflammatory Index onde se traduz o potencial de inflamação. Nesta tabela, valores negativos indicam factores anti-inflamatórios e valores positivos factores inflamatórios.

Dos agentes inflamatórios saliento as gorduras saturadas, gorduras trans, o colesterol e o consumo de elevadas calorias que potenciam o agravamento da inflamação e como tal devem ser limitados

Pelo contrário, como agentes anti-inflamatórios saliento o consumo de curcuma, gengibre, fibra, brócolos e orégãos, que devem ser regular e abundantemente consumidos no nosso dia-a-dia. De salientar também que mais do que um nutriente, a combinação de alimentos e estilo de vida têm um impacto fundamental. Ou seja, de nada interessa reforçar o consumo de brócolos sem termos um equilíbrio alimentar a nós ajustado, que permita beneficiar em pleno desse consumo e prevenir o avanço da inflamação e de algumas doenças.

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É também possível combater inflamações ligeiras com a adopção deste equilíbrio alimentar. Isto é: reforçar o chá verde, o consumo de hortícolas com mais fibra, o reforço em ácidos gordos ómega 3 e ómega 6, reforçando o consumo de frutos secos e peixe de qualidade, atitude muito importante na prevenção e protecção de doenças. E embora em muitos casos a toma de medicação seja necessária, a adopção destes princípios contribuirá para uma optimização mais rápida da nossa saúde e reforço das funções vitais do organismo. Quando ajustamos os nossos hábitos alimentares, faz sentido adoptar este princípio e afinar o nosso plano com uma alimentação verdadeiramente anti-inflamatória. Os estudos dizem que a sua saúde sairá reforçada. Peça ajuda ao seu nutricionista e tenha um Verão sem inflamação ;)

Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer o que realmente gosta é de mudar as suas vidas.