Escolher os melhores alimentos, hidratar o corpo, relaxar a mente, ativar os músculos, convívios prazerosos e ter um propósito de vida, são sem dúvida os grandes pilares da longevidade. Mas hoje queria focar-me na relação entre os alimentos que escolhemos e a nossa longevidade. Será que faz sentido dar primazia a alguns alimentos? Quais?

De facto, a longevidade é o resultado de inúmeras variáveis que se acrescentam e culminam numa saúde equilibrada, para que possamos acrescentar anos saudáveis à nossa vida. A alimentação é, pois, uma das principais e vamos focar-nos no que devemos fazer. Diversos estudos relatam esta relação e uma boa notícia demonstrada por um destes estudos, realizado em mais de 350 mil pessoas, demonstra que a adopção consistente de uma alimentação saudável por um período de tempo consistente parece aumentar a longevidade até 10 anos mais, mesmo em pessoas que afinam estes hábitos a partir dos 40 anos.

Mesmo que inicie, corrija e mantenha hábitos mais saudáveis noutra década da sua vida, digamos aos 60 e 70 anos, vai acrescentar entre quatro e cinco anos mais à sua vida. Ou seja, quanto mais cedo adoptar hábitos saudáveis, mais benefícios irá ter, mas mesmo que crie e mantenha estes hábitos mais tarde, ainda vai colher os frutos de viver alguns anos mais com qualidade de vida. Vamos sempre a tempo mas, quanto mais cedo criarmos e mantivermos estes hábitos, mais longa e saudável a nossa vida será.

#PesoeMedida: a saúde vem sempre em primeiro
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Inúmeros estudos e experiências comprovam também que a ingestão moderada de calorias promove a longevidade, desde que existam níveis adequados de hidratação, vitaminas e minerais. Ou seja, um aporte calórico ligeiramente abaixo das nossas necessidades diárias parece ter influência na optimização da nossa saúde. Mas lembre-se que qualquer ajuste terá sempre de ter orientação médica/nutricional adequada, para que possa de facto ajudar e nunca colocar em causa a sua saúde.

O reforço em alimentos poucos inflamatórios, como o gengibre, curcuma, alho, cebola, brócolos, couve-flor, orégãos, alguns peixes gordos e o chá verde e preto, parecem promover também uma melhor resposta do organismo aos agentes patogênicos, diminuindo os danos do organismo e em alguns estudos parecem possibilitar uma boa resposta anti-inflamatória, promovendo assim a máxima saúde. Pelo contrário, uma aposta exagerada em lácteos, carnes vermelhas, alimentos processados, trigo e álcool, parecem ter respostas inflamatórias aumentadas.

Mas lembre-se que não será por tomar uma chávena de chá verde um dia que vai ficar saudável, nem comer um bife que irá ficar doente. De facto, quero muito relevar que o importante é a consistência dos hábitos e a sua dinâmica no nosso dia alimentar, e as escolhas que fazemos para criar a nossa alimentação. Esses, sim, são a base para a longevidade. Há que enquadrá-los com a sua actividade, horários, estilo e fase de vida, permitindo assim promover a sua longevidade.

Comece esta nova estação do verão a criar novos hábitos de vida, a escolher alimentos mais saudáveis, a descascar mais e a desembrulhar menos de pacotes os alimentos que ingere, procure ir mais além na sua saúde. Peça ajuda ao seu nutricionista e encontre o equilíbrio certo para acrescentar vida aos seus anos, tirando prazer e vivendo as coisas boas da vida. Desfrute!

Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer, do que ele realmente gosta é de mudar as suas vidas.