As perguntas à volta deste alimento são muitas e, como na grande maioria dos alimentos, as respostas certas variam de pessoa para pessoa e, muitas vezes, de nutricionista para nutricionista.

Antes de mais, salientar que o constituinte principal de qualquer chocolate deverá ser o cacau, mais especificamente os grãos de cacau. Mas sabemos que as gorduras da manteiga de cacau, os açúcares, o leite em pó e as gorduras do leite, fazem também parte, na maioria das vezes, da sua lista de ingredientes. E estes ingredientes é que muitas vezes condicionam a qualidade, o sabor, claro, mas também os reais benefícios do chocolate.

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Por sabermos disso, a grande maioria dos nutricionistas não recomenda o uso diário de chocolate e, a existir, deverá ser para degustar e não para comer. De facto, o uso regular de chocolate pode trazer alguns benefícios devido aos elevados teores de teobromina, um poderoso ativador da serotonina, também chamada a hormona da felicidade. Daí que quando comemos ou provamos chocolate, sentimos geralmente uma agradável sensação de bem-estar. Mas nunca devemos depender dessa sensação do consumo regular de chocolate.

O chocolate apresenta também flavonóides e catequinas, poderosos antioxidantes e promotores de uma boa saúde, mas importa lembrar que bastará uma pequena porção e não devemos basear o consumo de chocolate no reforço destes nutrientes. Ou seja, o chocolate deverá ser um alimento a usar pontualmente e de forma não regular. Devemos, sim, reforçar hábitos, rotinas e um estilo de alimentação saudável, onde possamos ocasionalmente provar chocolate mas não abusar dele.

Existem três tipos de chocolate: o negro, o de leite e o branco.

  1. O chocolate negro será o mais puro, na medida em que deverá apresentar um elevado teor de cacau e um baixo teor de açúcar, sendo este, para os verdadeiros apreciadores, o verdadeiro chocolate.
  2. O chocolate de leite é fabricado através da adição de resíduos sólidos de leite, o leite em pó, apresentando uma cor menos escura e, por norma, um paladar menos intenso e mais doce.
  3. Por último, o chocolate branco não tem na sua base os grãos de cacau, mas sim a manteiga de cacau, sendo por isso menos benéfico em termos de alguma vantagem de saúde.

Independentemente do tipo de chocolate que escolha, lembre-se que este não deve ser utilizado como substituto de refeições ou lanches, mas sim integrado numa alimentação saudável, existindo ocasionalmente e em pequenas quantidades.

De lembrar também que o seu consumo regular pode criar alguma habituação. Fale com o seu nutricionista sobre a melhor forma de gerir esta questão e usar o chocolate de forma a potenciar os benefícios do cacau e minimizar as consequências que o açúcar e algumas gorduras presentes no chocolate evidenciam. A moderação do consumo será sempre um bom conselheiro e, como todos os prazeres da vida: provar, saborear, mas não abusar!

Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer, do que realmente gosta é de mudar as suas vidas.