Todos os dias ouvimos falar da importância de escolher alimentos saudáveis, que promovam a nossa saúde e sejam equilibrados nutricionalmente. Gorduras, proteínas, hidratos de carbono e também a água, vitaminas, minerais e fibras são os constituintes dos alimentos que devemos ter em atenção no que se refere à escolha dos alimentos certos.

Sabemos que o consumo de hidratos, quando não ajustado (em quantidades ou tipo), pode provocar desequilíbrios ao nível da resposta do organismo e levar a um descontrolo na secreção da insulina, elevados níveis de açúcar no sangue e eventualmente à diabetes. Torna-se assim importante sabermos que nem todos os hidratos são iguais! Mas como escolher os certos?

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No que respeita aos açúcares, importa conhecer que existe o índice glicémico e também a carga glicémica de cada alimento, que nos orienta quanto à escolha mais adequada, sabendo também que este é um parâmetro complementar a muitos outros e de nada interessa escolher apenas com base nesta informação.

Mas quando usada correctamente, combinada com um estilo alimentar saudável, do meu ponto de vista conseguimos, com o uso deste índice glicémico, encontrar alimentos que nos ajudam a gerir os açúcares presentes no sangue, minimizando esforços de insulina, protegendo e prolongando a nossa saúde! Vamos então conhecê-lo melhor.

Índice glicémico (IG) é um índice, diferente para cada alimento, que mede a velocidade de absorção de açúcares pelo nosso organismo. Geralmente é medido entre 0 e 100, sendo zero aquele que não é absorvido e 100 aquele que tem uma velocidade de absorção idêntica à glicose (forma mais simples de açúcar). Por norma devemos escolher alimentos cujo índice glicémico (IG) é mais baixo, prevenindo picos de açúcar no sangue.

Para cada alimento importa relembrar que este índice é diferente mas há diversos factores que também o influenciam:

  1. Estado de maturação e armazenamento. Quanto mais maduro e maior tempo de armazenamento da fruta ou hortícola, maior será o índice glicémico dessa fruta ou hortícola.
  2. Modo de consumo. O sumo de uma fruta tem um IG muito mais elevado do que a fruta consumida simples. Isto acontece porque o teor de fibras no sumo é menor e as fibras baixam o IG do alimento.
  3. Forma e tempo de cozinhar. A cenoura crua tem um IG menor do que uma cenoura cozida.
  4. Ingestão com outros alimentos. Se combinarmos um alimento com IG alto com outros que tenham um IG mais baixo, consegue-se baixar o IG ingerido.

Existem diversas tabelas disponíveis com os índices glicémicos dos alimentos mas, novamente, mais do que saber estas tabelas de cor, importa ajustar a nossa alimentação para um padrão e uma consistência que promovam a nossa saúde, evitando desequilíbrios. Aqui a ajuda do seu nutricionista é fundamental, conseguindo assim o verdadeiro equilíbrio do seu corpo.

Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer, o que realmente gosta é de mudar as suas vidas.