A pele... Ai a pele... Não só é o maior órgão do corpo humano, como é um dos que mais importância tem. Em especial, quando falamos em questões como auto-estima. Sim, nos dois sentidos. A fase da adolescência pode ser particularmente difícil para muitos jovens que sofrem com questões como pele oleosa, borbulhas, pontos negros e por aí vai. Questões essas que podem tornar-se um verdadeiro problema na confiança destes rapazes e raparigas, fazendo com que não se sintam bem na sua pele.

A pensar nisso, a Garnier Pure Active e a ilustradora Clara Não unem-se para uma parceria que se materializou na criação de seis ilustrações que abordam três temas principais - pele, amor próprio e auto-aceitação - e que espelham as maiores inseguranças dos jovens. #SemDramas é o nome deste movimento que reforça os valores da marca, esta que é especialista em peles mistas a oleosas, com uma gama de produtos que combatem os pontos negros, borbulhas indesejadas e pele oleosa.

A Miranda este à conversa com a ilustradora Clara Não para saber mais sobre as seis ilustrações e sobre a sua relação com a pele. 

Qual foi a sua maior inspiração para criar as ilustrações em parceria com a Garnier Pure Active? E qual a mensagem que quer transmitir com elas?

A minha maior inspiração foi a urgência de fomentar a autoconfiança. Para além de ser uma preocupação minha recorrente, também é o foco da Garnier nesta parceria, o que resultou em alta compatibilidade. No mundo em que vivemos, sempre com as redes sociais quase que a ditar as regras, o nosso amor-próprio fica muitas vezes em risco.

As ilustrações procuram relembrar que o nosso valor não é ditado pela opinião das outras pessoas, nem limitado pelos padrões da sociedade. Nenhuma opinião deve derrubar a nossa autoconfiança. Quando sabemos o nosso valor, os problemas que nos pareciam super dramáticos, passam a pequenos problemas com os quais conseguimos lidar. Quanto aos dramas que a pele nos pode trazer no dia-a-dia, a Garnier está aqui para mostrar que, afinal, o teu dia pode ser #SemDramas.

Muitas são as adolescentes e jovens que lidam com o acne e não se sentem bem com a sua pele (e na sua pele). Estas ilustrações são dedicadas a elas?

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Sim! As borbulhas e pontos negros são especialmente irritantes porque aparecem quando mais lhes convém. Não é uma situação que se possa evitar por completo, mas é algo que se pode controlar (uns casos mais do que outros). No entanto, umas borbulhas podem fazer com que o teu dia comece com menos energia, menos boa disposição, mexendo imenso com a auto-estima. Através do humor, procuro desconstruir esta questão nas ilustrações, para que, esperançosamente, uma borbulha signifique só uma borbulha, e não um motor para diminuir a autoconfiança da pessoa.

As suas ilustrações têm muitas vezes a mulher como "personagem principal". Questões relacionadas com a Beleza - a ditadura do corpo, a pressão para seremos perfeitas - são discussão constante nas redes sociais, qual a sua opinião sobre o assunto?

 O padrão da sociedade do que uma mulher “deve ser” é ensinado de avó, para filha, para neta. Foi e é algo fomentado pelo patriarcado, mas é alimentado por mulheres, como uma herança social. O ideal de mulher foi mudando ao longo dos tempos, mas sempre com uma constante: o foco no “parece bem”, nas “aparências”, no que “mostrar às outras pessoas”. A Beleza, a aparência é sempre o foco, como se a mulher existisse não para se fazer feliz a si mesma, e partilhar carinho mútuo, mas antes para fazer a vida das outras pessoas, em especial a dos homens, mais fácil — somos as cuidadoras eternas da Humanidade.

Nas redes sociais, vemos fotos super editadas em todo o lado, vemos filtros e mais filtros para esconder imperfeições, para alterar as nossas proporções faciais como se todas tivéssemos fillers. Assim, continuam a haver padrões de Beleza que nos são incutidos, na vida real e nas redes sociais. Parece que estamos constantemente em busca da perfeição, num processo de auto-sabotagem: procuramos o que está mal em nós, o que deveríamos corrigir, o que deveria ser maior ou menor, em constante comparação com as outras pessoas. Esta luta auto-destrutiva distrai-nos dos objetivos que deveríamos fazer por alcançar.

Felizmente, acredito que estamos a viver uma época em que se começa a reverter esta situação: cada vez mais usamos questões relacionadas com a Beleza para cuidarmos mais de nós como nos queremos cuidar, para nos sentirmos melhor na nossa pele. Nesta parceria com a Garnier Pure Active, tendo em conta que o acne é um problema comum a todas as pessoas adolescentes e jovens, decidi representar personagens que, embora tenham cabelos curtos ou longos, podem ser de que género se entender, com orientações sexuais diversas.

Considera que as mulheres se sentem mais fortes quando se sentem bem na sua pele? Considera que o amor próprio e a auto-aceitação são essenciais para construir uma mulher segura?

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Numa sociedade que passa a vida a dizer o que uma mulher não pode fazer, o amor-próprio e a auto-aceitação são essenciais para o empoderamento. Se não acreditares em ti, vai ser bem mais difícil que as outras pessoas acreditem. Uma mulher segura é aquela que sabe o seu valor e não aceita ser tratada abaixo dele. Cá entre nós, se ainda não tens auto-confiança suficiente para encarar a sociedade, “fake it until you make it”: convence-te a ti mesma, empodera-te.

Além disso, continuamos a viver num contexto social onde o corpo da mulher é visto como público, como se o nosso valor fosse ditado sempre por opiniões exteriores, como se todas nós tivéssemos um número de valor de 0 a 10. Que nunca nos esqueçamos que somos todas infinito, somos todas pessoas inteiras e capazes. E se houver algum dia em que nos esqueçamos, que tenhamos uma ‘miga’ para nos relembrar.

Como era a relação com a sua pele há 10 anos e como é agora?

A minha relação com a minha pele há 10 anos era caótica, não sabia muito bem o que fazer com o meu corpo no geral [risos]. Sentia-me sempre desengonçada. Cheguei inclusive a desenhar uma zine chamada “A desconchavadinha”, das quais só fiz umas cópias, agora perdidas no tempo. Ao longo dos anos, fui ganhando confiança, fui procurando como cuidar da minha pele, e aprendi também como posso ser criativa com maquilhagem. Durante a minha adolescência, usava sempre os mesmos produtos, da mesma forma, por timidez de arriscar, de investigar, de tomar o meu corpo como meu. Acordar com uma borbulha era o caos, o terror, o fim do look. Hoje em dia, trato a minha pele como minha, merecedora de carinho, cuidado, criatividade, e uma borbulha é só uma borbulha, nem que tenha vizinhas.

Qual é a sua relação com o mundo da Beleza? Quais os 3 produtos com os quais não consegue viver?

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Lido com o mundo da Beleza de uma forma muito orgânica. No que diz respeito à pele, tenho um diário, que é fundamental para me sentir bem. Quanto à maquilhagem e perfumes, vejo-os como uma forma de fazer do meu corpo mais meu, de o adaptar ao meu mood, de o usar como paleta de criatividade. Há dias em que não sinto necessidade ou não me apetece usar maquilhagem, então não uso; há outros dias em que decido experimentar, ou que sigo um tutorial por diversão.

 Quanto aos três produtos, não seria tão confiante sem o meu creme hidratante, o protetor solar e — vai parecer publicidade, mas é honestidade —, o 3 em 1 da Garnier Pure Active, que é super versátil. (Vale por 3, espero não estar a quebrar as regras. Se quebrei, fi-lo com todo o gosto).

As ilustrações do movimento #SemDramas, uma parceria da Garnier Pure Active com a ilustradora Clara Não.